História

 A taquigrafia vem de tempos remotos. Em Roma, o grande orador Cícero tinha um escravo e secretário chamado Marco Túlio Tiro que criou o primeiro sistema organizado de taquigrafia. Eram abreviaturas chamadas Notas Tironianas e foram usadas por séculos. Alguns estudiosos falam que Xenofonte, historiador grego e discipulo de Socrátes, recolhia as palavras de Sócrates com uma escrita abreviada. Júlio César Otaviano, sobrinho-neto de Júlio César era Taquígrafo e elevou a Taquigrafia à condição de arte liberal. Plínio, o Velho, o homem mais sábio e mais estudioso entre os romanos do seu tempo, compôs uma vasta obra literária graças a um Taquígrafo que estava sempre ao seu lado.

Na Igreja, no 1º século, a taquigrafia era utilizada por pessoas cultas. Existem historiadores modernos que sustentam ter o Sermão da Montanha sido recolhido estenograficamente por São Lucas, que era médico.

O primeiro núcleo do Arquivo da Igreja foi formado por apanhados taquigráficos recolhidos por ordem do Papa Antero, em 237.

O Papa Fabiano, em 238, ordenou que todos os padres aprendessem taquigrafia.

Posteriormente, o Papa Júlio I, em 336-352, criou um Corpo de Taquígrafos na Igreja, com um Chefe deles chamado de Primicerius Notariorum, e seu substituto Secundicerius. O Primicerius se tornou um dos títulos mais importante da Chancelaria pontifícia.

Encerrando, é de bom alvitre salientar que Carlos Magno, em 742-814, rei dos francos, Imperador do Ocidente, filho mais velho de Pepino, o Breve, ordenou o estudo da taquigrafia ser obrigatório nas escolas primárias. Diz-se que Júlio Verne, em uma de suas palestras, disse: - "A estenografia é uma arte muito útil, da qual ninguém pode negar as vantagens, mas com que precisão registra os múltiplos erros que escapam dos oradores. Este é ao mesmo tempo o seu lado bom e mau." E um escritor italiano, que exclamava dirigindo-se aos taquígrafos: - "Parem, por caridade, não consigo falar na velocidade com que vocês escrevem!"
Waldir Cury