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Roda de Diálogo do TJPE tem participação ativa de moradores do Coque

Roda de diálogo

Camila Regis conta que a roda de Diálogo quer reforçar a prevenção contra o abuso sexual infantil

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), através do seu Núcleo de Conciliação/Casa de Justiça e Cidadania do bairro do Coque (Nupemec/CJC) promoveu, na Creche Mãezinha do Coque, na tarde da terça-feira (3/5), a primeira roda de diálogo do Maio Laranja. Neste mês está inserido o Dia 18 como a data Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes - criada em memória da menina Araceli que foi sequestrada, drogada, estuprada e morta, neste mesmo mês, no ano de 1973, em Vitória, capital do Espírito Santo.

Na comunidade do Coque, o objetivo de envolver as famílias no debate sobre o combate desse tipo de violência foi atingido, já que a sala ficou lotada pela presença de pais, mães, jovens e crianças. A roda de diálogo foi iniciada pela analista judiciário e assistente social, Camila de Almeida Regis, que falou sobre as diversas funções e serviços da Casa da Justiça e Cidadania (CJC) local. Atualmente, existem 12 CJCs em Pernambuco, geridas pelo Nupemec/TJPE.

A servidora pormenorizou, auxiliada pela advogada e conciliadora da CJC, Silvana Calábria, os serviços oferecidos pela Casa como o de conciliação familiar (divórcio, guarda de crianças, pensão alimentícia, e outros); orientação jurídica; cadastro e encaminhamento para programas sociais de renda; empregabilidade para jovens; promoção de regularização de documentos; realização de exames básicos de saúde; celebração de casamentos coletivos; e eventos de cidadania.

Após sua apresentação, a assistente social do Centro de Referência Interprofissional na Atenção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência – Criar, Tanany Reis, iniciou os debates da roda de diálogo, lembrando que o tema do abuso sexual de crianças é complexo e demanda um alto nível de conscientização de familiares, sociedade, justiça, legislação e governos para cessá-lo, e assim evitar sequelas físicas e psicológicas às vítimas. 

Violência Invisível - “Como assistente social que, através do Criar, lida com processos da 1ª e 2ª Vara dos Crimes contra Crianças e Adolescentes da Capital, constatei que o abuso, seja em que grau for, geralmente, é cometido, por familiares e pessoas próximas da criança, o que destaca a importância de escutá-la e entendê-la como um sujeito de direitos cada vez mais”. Segundo Tanany, pais e mães não devem “objetificar” seus filhos, impondo a disciplina através de violência verbal, física, sempre negligenciando sua fala como algo menor, sem importância.  

“O abuso sexual é muitas vezes invisível, cometido até na forma virtual, portanto, não deixa marcas, e por isso se deve ensinar às crianças a perceber o seu corpo, e saber quais partes não devem ser tocadas, em um processo de escuta permanente entre os responsáveis e elas”. Outro aspecto destacado pela especialista foi a de sempre haver a denúncia imediata dos infratores para os órgãos competentes como o Conselho Tutelar, por exemplo. Em sua apresentação, Tanany Reis exibiu a animação Você conhece as formas de violência contra crianças e adolescentes? | UNICEF Brasil. O vídeo apresenta um mapa onde estão inseridas as instituições civis e públicas que formam a rede brasileira de proteção à criança e ao adolescente, vítimas de violência sexual, dentre outras. 

O que é - Rodas de Diálogo são oficinas promovidas pela Casa de Justiça e Cidadania sobre um determinado tema para o público atendido pela suas unidades.  A iniciativa começou no ano de 2017 com o objetivo precípuo de discutir temáticas voltadas à conscientização de direitos civis e humanos.

As próximas rodas de diálogo sobre o tema serão realizadas nas seguintes datas e locais:

 17/05 às 14h – Escola Municipal Costa Porto – bairro do Coque

19/05 às 15h30 – Projeto Levante – bairro do Bongi 

25/05 às 14h – Casa Menina Mulher – bairro da Boa Vista
 

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Texto: Izabela Raposo | Ascom TJPE
Fotos: Armando Artoni | Ascom TJPE