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Programa de Estágio do TJPE: mais do que experiência, uma mudança de vida

Equipe da Gerência de Estágio, estagiárias e estagiários no Plenário Juiz Geraldo de Souza Valença
Evento reuniu a equipe da Gest/DGF/SGP/DG/TJPE e estudantes universitários(as)

Para algumas pessoas, o estágio é o momento de aprender e pôr em prática o que é ensinado na faculdade; para outras, é mais do que uma experiência, sendo um divisor de águas. Esse foi o clima da comemoração do Dia do Estagiário e dos 25 anos do Programa de Estágio do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizada na tarde da quinta-feira (18/8), no Plenário Juiz Geraldo de Souza Valença (3ª Vara do Júri da Capital), localizado no Fórum Thomaz de Aquino, no Recife. O evento reuniu estudantes que estagiam no Judiciário estadual e algumas pessoas que participaram do Programa e hoje integram a instituição como servidores(as) ou magistrados(as). Confira AQUI as fotos. 

A gestora da Gerência de Estágio (Gest), setor ligado à Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP/DGF/TJPE), Maria Consuelo Assis, iniciou o evento dando boas-vindas aos presentes e agradecendo a todas as pessoas pela participação no primeiro evento presencial realizado pelo setor após o período da pandemia. “Desejamos que a tarde seja para vocês tão especial quanto foi para nós prepará-la!! Para nós que compomos a Gerência de Estágio, o Dia do Estagiário é especial e, este ano, também estamos comemorando o aniversário de 25 anos do provimento que instituiu o Programa de Estágio do TJPE, ocorrido em março, e os 200 anos do Tribunal”, disse em nome do setor. 

O secretário adjunto de Gestão de Pessoas, que é servidor efetivo do TJPE, Nelson Norberto, também esteve presente na comemoração. Ele ressaltou um pouco do dia a dia da luta de estudantes para conciliar todas as atividades desenvolvidas e da base profissional e pessoal que é formada no período. “O estágio é o primeiro passo de muitas carreiras promissoras. É de lá que você cria seu alicerce profissional, mas também, ao meu ver, um tanto quanto pessoal à medida em que você se espelha naquele gestor ao qual você está vinculado. Muitas das vezes é aquele primeiro gestor que ele carrega para o resto da vida”, afirmou. 

Após esses pronunciamentos, foi a vez do atual assessor adjunto de Comunicação Social e ex-estagiário do Tribunal, Francisco Shimada, falar um pouco sobre a sua trajetória na instituição e apresentar momentos da história do Programa de Estágio do TJPE. A iniciativa foi regulamentada em março de 1997, por meio do Provimento 1/1997, onde foram disponibilizadas 103 vagas. Antes disso, nos anos de 1994 e 1995, a Corregedoria Geral da Justiça promovia Programa de Estágio, que possuía inicialmente dez vagas. Confira AQUI a linha do tempo. 

secretário de gestão de pessoas adjunto falando com os estagiários
Secretário adjunto de Gestão de Pessoas, servidor Nelson Roberto, conversa com estudantes

Na sua fala, o assessor adjunto de Comunicação destacou, emocionado, o divisor de águas que o estágio proporcionou na sua vida. “Eu digo que o estágio no Tribunal de Justiça mudou minha vida pessoal e profissionalmente, pelas pessoas que eu conheci aqui dentro, pelas oportunidades que acabaram surgindo após esse período de estágio”, disse Shimada, que iniciou as atividades de estagiário no ano de 2010. “Era o estágio que eu passaria um mês e acabei atrasando meu curso para poder ficar os dois anos. Na mesma época, eu tinha passado num concurso na área Administrativa e abri mão para estagiar na área de Jornalismo. Ter ficado no Tribunal de Justiça transformou minha vida”, completou o assessor, que já assumiu os cargos de assessor titular e adjunto da Assessoria de Comunicação (Ascom) do TJPE; assessor de comunicação da Corregedoria Geral de Justiça e da Escola Judicial (Esmape); coordenador adjunto do Instituto Plenitude; e também gestor do Núcleo de Eventos e Comunicação da Esmape. 

A estudante de psicologia Maria Helena Nunes Fonseca faz parte do Programa de Estágio desde 2019 e atua no Núcleo Interprofissional de Assessoria Especial, da Coordenadoria da Infância e Juventude, sendo uma das estudantes presentes na comemoração. Para ela, é uma realização estagiar no TJPE e a forma como a instituição acolhe as universitárias e os universitários. “Eu já deveria ter sido desligada, mas a Gerência de Estágio me disse que as pessoas com deficiência têm a possibilidade de estender o estágio até se formarem. Eu achei isso fenomenal porque me possibilitou continuar aqui e acabei atrasando meu curso para passar mais tempo”, explicou Maria Helena, que disse estar conhecendo áreas da Psicologia que não viu na faculdade e nem em suas pesquisas. Ela também contou que, em um determinado momento, teve uma dificuldade de acessibilidade por ser cadeirante, mas que ao conversar com o seu gestor no TJPE, ela foi sanada. “Quando eu entrei no setor que estou atualmente, não tinha nenhum tipo de acessibilidade e ao falar isso com o meu gestor, já tinha uma rampa sequinha no outro dia e uma vaga para pessoa deficiente ao lado dela. Eu nunca tive uma prontidão tão grande”, disse. 

Após a apresentação da história do Programa de Estágio, os estudantes Gabriel Campelo, Júlio Cabral e Mariana Jucá falaram um pouco sobre sua experiência no TJPE e declamaram uma poesia escrita por eles disponível AQUI. Logo após, houve uma roda de conversa onde os(as) estudantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais da história e do sentimento carregado por algumas pessoas que fizeram parte da instituição como estagiários e estagiárias e hoje atuam como servidoras e magistrados. O bate-papo foi mediado pelo diretor adjunto de Gestão Funcional da SGP, Márcio Pessoa, e teve a participação do magistrado que atua no 1° Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de Jaboatão dos Guararpes e na 4ª Vara Criminal da Capital, Lucas Coutinho; e do titular da Vara Criminal de Abreu e Lima, Luiz Carlos Vieira de Figueirêdo; e das servidoras da Diretoria de Gestão Funcional e da Vara de Sucessões de Jaboatão dos Guararapes, Laís Lacerda e Janaína Nunes, respectivamente. 

Essa troca começou com Janaína Nunes, que é bióloga e decidiu acompanhar a mãe no curso de Direito, e contou como o estágio foi um divisor de águas na sua vida. “Eu me descobri nesse serviço, dentro do Direito e me redescobri dentro do Tribunal”, contou a chefe de secretaria que optou pelo estágio ao deixar o treinamento que estava fazendo para ser contratada por uma empresa. O juiz Lucas Coutinho também falou sobre a mudança da sua visão por conta do estágio. “Direito foi um curso que não me ganhou de cara. Quando eu comecei a estagiar aqui, em 2008, mudou a minha visão de Direito. Essa experiência de já ter sido estagiário, já ter trabalhado nessa parte de secretaria, é importante na atividade judicante que a gente exerce”, disse o magistrado ressaltando a relevância de ter uma visão geral do trabalho desenvolvido. 

Estagiários declamando a poesia e roda de conversa
Juízes, servidoras e estudantes falam sobre experiências em estágios

Laís Lacerda falou um pouco sobre a ambientação no TJPE devido à linguagem jurídica. “Para mim, que era da área de Administração, eu tive que enfrentar essa barreira, mas nada de outro mundo. No estágio, a gente vai se desenvolvendo e aprendendo. Quando a gente não sabe, a gente busca o conhecimento”, disse a servidora que também destacou que todos têm a capacidade de aprender matérias de Direito, por exemplo, caso queiram estudar para o concurso do Tribunal. Ela está no cargo há pouco mais de um mês, tomando posse recentemente. 

Dentre as perguntas feitas pelo público aos magistrados, estavam as sobre vocação. Como saber se tenho vocação para ser magistrada ou magistrado? “Você aprende isso no dia a dia. Quando você percebe, por exemplo, que uma decisão sua pode resolver uma situação de uma criança que está abrigada porque foi abandonada pela família biológica. Você encontra uma família substituta para essa criança e vê todo mundo chorando na sala, então você pensa eu acho que estou no caminho certo”, respondeu o magistrado Luiz Carlos Vieira de Figueirêdo, emocionado.  A magistrada titular da 13ª Vara Cível da Capital - Seção A e desembargadora eleitoral, juíza Mariana Vargas, não pôde comparecer à comemoração, mas enviou uma mensagem. Leia AQUI.

Depois da roda de conversa, foram sorteados brindes para as pessoas presentes, entre eles uma bolsa de pós-graduação. A iniciativa contou com o apoio da Associação de Servidoras e Servidores do Poder Judiciário (ASPJ); do Sindicato dos Oficiais e das Oficialas de Justiça; da César School; e de outras instituições parceiras. Atualmente, o Judiciário estadual conta com 64 estudantes universitários(as) distribuídos(as) entre as seguintes áreas: Administração/Administração Pública, Arquitetura, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Direito, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, História, Jornalismo, Museologia, Pedagogia, Psicologia, Serviço Social e Secretariado. 

Premiação Anual: O Futuro do TJPE – Práticas Inovadoras no Estágio – Durante a comemoração, a gestora da Gerência de Estágio, Maria Consuelo de Assis, falou um pouco sobre a iniciativa, que tem como objetivo reconhecer e disseminar as soluções diferenciadas para produtos e serviços da instituição formuladas e desenvolvidas por estagiários(as). Na primeira edição, em 2021, os vencedores foram os estudantes Luiz Paulo Cabral de Melo Dantas Pirarua e Matheus Falcão Rangel Raulino com os trabalhos Ginástica Laboral: Transição do meio presencial para o meio virtual; e Planilha de Agilização Processual do Cartris: Ferramenta para alimentação e controle dos pedidos dos usuários externos no Cartris do Tribunal de Justiça de Pernambuco, respectivamente. O novo edital do prêmio está previsto para ser lançado em setembro. 

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Texto: Cláudia Franco | Ascom TJPE
Fotos: Armando Artoni | K9 Produções