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Jovens do projeto Cine Aprendiz vivem uma experiência cinematográfica na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj)

Promover a democratização da cultura, por meio da disseminação do conhecimento literário, e viabilizar a integração social entre os(as) participantes do Programa Jovem Aprendiz. Esses são os objetivos do projeto Cine Aprendiz, iniciativa desenvolvida pela Biblioteca do Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA) em parceria com a Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Pernambuco (CIJ/TJPE).

Criada em maio de 2023, a iniciativa tem o objetivo de disseminar o conhecimento e promover a integração social entre (as)os participantes. O projeto utiliza recursos audiovisuais, a exemplo de filmes e documentários, como meio didático para inserção da literatura e de temas transversais na formação das(os) jovens aprendizes. A ação promove, assim, uma interação sociocultural e também a formação crítico-reflexiva, além de incentivar o gosto pelas artes da Literatura e do Cinema. 

As exibições das produções cinematográficas normalmente ocorrem nas dependências da própria Biblioteca do CICA, mas para expandir o projeto e comemorar um ano em atividade, nesta terça-feira(14/05) o Cine Aprendiz conduziu os jovens para uma sessão de cinema na sala da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no bairro do Derby. 

O grupo conheceu o documentário “O Rochedo e a Estrela”, da cineasta pernambucana Katia Mesel. Compareceram 22 jovens do Cine Aprendiz, e cerca de 40 jovens aprendizes acolhidos pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, pois os coordenadores dos aprendizes da instituição se interessaram em conhecer o Cine Aprendiz e, com isso, criar uma provável parceria com o projeto. 

Participaram do evento, o coordenador da Infância e Juventude do TJPE, juiz Élio Braz; a juíza da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Paulista,  Ângela Maranhão; a presidente da Fundaj, Márcia Ângela Aguiar; o coordenador dos Cinemas da Fundação e Cinemateca Pernambucana, Luiz Joaquim; o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, Túlio Velho Barreto; a responsável pelo Cine Aprendiz e analista judiciária/bibliotecária do TJPE, Maria de Jesus de Melo; servidores e equipes de diversos Núcleos da CIJ; e a cineasta, Katia Mesel.

Maria de Jesus de Melo falou sobre a importância dos jovens aprendizes conhecerem a Fundaj. “Para comemorar o primeiro aniversário do projeto Cine Aprendiz escolhemos a Fundação Joaquim Nabuco, que tem uma identificação com o nosso projeto de inserção, inclusão e de democratização da cultura. Então, estamos apresentando um espaço de debate e de conhecimento. Logo, é um ganho muito grande para eles, já que a maioria desses jovens não tiveram, anteriormente, a oportunidade de conhecer o lugar”, exprimiu.  

A responsável pelo Cine Aprendiz afirmou a relevância da produção cultural transmitida para o público. “Katia Mesel é uma cineasta premiadíssima que tem documentários maravilhosos, sérios e que resgatam a história de Pernambuco e de temas transversais. Por isso, a gente traz o “Rochedo e a Estrela”, que é um recorte do período holandês no século 17”, pontuou Maria de Jesus de Melo. 

“O Tribunal de Justiça de Pernambuco está de parabéns com o projeto Cine Aprendiz, por meio do qual estamos contribuindo com a formação cultural dos jovens aprendizes. No Cine Teatro, de Joaquim Nabuco, eles terão uma formação cinematográfica, tendo a oportunidade de conhecerem Katia Mesel e o seu filme sobre a epopeia dos judeus em Pernambuco. Essa formação cultural pernambucana é super importante para os jovens, para que eles conheçam a sua cultura local, a história e possam ter sentido na vida, pois só existe sentido na vida se tiver memória,” defendeu o coordenador da Infância e Juventude do TJPE, Élio Braz.

Katia Mesel foi a primeira mulher a dirigir um filme longa-metragem em Pernambuco e a participar de um Festival de Cinema no Brasil. Ao longo da vida, participou de vários diálogos para falar sobre as suas obras. “Sinto muito orgulho de saber que O Rochedo e a Estrela será transmitido para os jovens aprendizes, é a primeira vez que irei dialogar com os jovens que fazem parte do Programa. O documentário trata de um momento histórico de Pernambuco, por isso tem uma vocação educativa. Ele é uma obra honesta, não tem nenhuma palavra minha, tudo é contado por meio das pessoas mais experientes no assunto. Então, esse é um momento muito importante para mim, já que posso abrir um pouquinho esses horizontes para os jovens”, contou a cineasta. 

Dessa forma, Katia Mesel conversou com os jovens sobre a sua produção, que levou quatro anos de pesquisa e mais 10 anos de trabalho/produção. “Hoje em dia já existe muito material para pesquisa, mas quando eu comecei a pesquisar, ainda em 1996, era um assunto inédito, não existia uma bibliografia muito precisa sobre a temática. Na época, viajei para a Espanha, Portugal, França, Estados Unidos e Holanda para conseguir material para falar sobre o assunto, sem colocar “achismos”, finalizou Katia Mesel. 

Poliana Oliveira, 22 anos, jovem aprendiz lotada na Biblioteca do CICA, faz parte do projeto Cine Aprendiz e falou que achou o documentário interessante pelo fato de mostrar a expansão do povo judaico. “Dentro da temática, o que mais chamou a minha atenção foi a luta de Maurício de Nassau pela liberdade religiosa. Esse é um documentário que mostra a realidade do povo judeu e das suas lutas”, disse a estudante. Dominique Lee, 19 anos, jovem aprendiz lotado na Diretoria de Família, também discorreu sobre a sua experiência: “Sempre ouvi falar sobre os povos originários e da história da comunidade negra em livros e documentários. Hoje, vi o outro lado da moeda que desconhecia: os grupos judaicos no Brasil e a influência numa época sombria da história. Foi interessante ver que quem produziu a obra foi uma pernambucana judia, ter a oportunidade de fazer perguntas para ela e aprender um pouco mais,” concluiu o jovem.

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Texto: Carolina Cerqueira | Ascom TJPE
Fotos: Assis Lima | Ascom TJPE