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Fonavid aborda questões de gênero e racismo

Magistrados e servidores se reúnem no evento que termina nesta quarta-feira na Esmape/TJPE

Equipes de tribunais de todo o Brasil se reúnem no evento que termina nesta quarta-feira na Esmape/TJPE. Confira as fotos do Fonavid AQUI

O segundo dia do 10º Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Fonavid) teve como foco as questões de gênero, sexualidade e machismo. O primeiro painel da manhã de terça-feira (13/11) foi presidido pela juíza Ana Cristina de Freitas Mota, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e teve como palestrante a professora Ana Lúcia Sabadell, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisadora, PhD em Direito pela Universidade Politécnica de Atenas (Grécia), falou sobre “Patriarcado Jurídico”. Segundo ela, “o patriarcado indica o predomínio de valores masculinos, fundamentados em relações de poder que oprimem e marginalizam as mulheres”. Confira as fotos AQUI. Outras informações em www.tjpe.jus.br/web/fonavid.

Fazendo uma abordagem sobre a reprodução de mitos que construíram a inferioridade feminina na cultura ocidental, a professora Ana Lúcia Sabadell explica que “a dominação do gênero feminino pelo masculino costuma ser marcada – e garantida – pela violência física e/ou psíquica em uma situação na qual as mulheres e as crianças encontram-se na posição mais fraca, sendo desprovidas de meios de reação efetivos.” Ao final da fala, a pesquisadora trouxe ao debate a indagação sobre até que ponto o Direito pode ser propulsor de mudanças sociais nesse sentido.

Em seguida, a professora e psicóloga Valeska Maria Zanello de Loyola, da Universidade de Brasília (UnB), abordou o tema “Dispositivo amoroso e processos de subjetivação das mulheres: sobre a prateleira do amor e a vulnerabilização psíquica” em painel presidido pela juíza Rúbia Celeste (TJPE). Na palestra, ela explicou a origem da palavra gênero e o conceito de pessoa. “Esses são conceitos que não podem ser descritos apenas do ponto de vista biológico, mas sim sociológico e psíquico”, destaca a pesquisadora. E complementa: “Há a necessidade de compreender que gênero é uma construção social”. A psicóloga também abordou a sexualização do corpo feminino nas revistas, filmes e propagandas por meio de fotos e exemplos do nosso cotidiano.

Durante a tarde, o 10º Fonavid continuou com o painel “Gênero e masculinidades: reconstruindo relações com equidade”, do palestrante Flávio Urra, coordenador do Programa “E agora José?” – Grupo Socioeducativo de responsabilização de homens. A atividade foi presidida pelo juiz Francisco Tojal (TJPE). Na sequência, houve as oficinas que abordaram os seguintes temas: “Programa de aprimoramento da alta performance e excelência de magistrados”, “Grupos reflexivos de homens: metodologias e desafios”, “Incidência da interseccionalidade entre gênero e raça na violência contra a mulher” e “Respostas eficazes às violências contra as mulheres”. 

O Fonavid Recife 2018, que segue até esta quarta-feira (14/11), acontece no auditório Desembargador Nildo Nery, localizado na Escola Judicial de Pernambuco (Esmape). Na capital pernambucana, o evento é organizado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, pela Esmape, pela Assessoria de Comunicação Social e pela Presidência do TJPE – Poder Judiciário, com suporte das diretorias de Infraestrutura e Engenharia e Arquitetura, da Assistência Policial Militar e Civil e da Assessoria de Cerimonial. A atividade conta com patrocínio máster do Instituto Avon e patrocínio do Magazine Luiza, do Consulado Honorário da Suécia em Recife e do Centro Universitário Uninassau. 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (Amepe), o Instituto Maria da Penha, o Instituto Patrícia Galvão, a Associação dos Magistrados do Distrito Federal (Amagis DF), o Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura (Copedem), a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), o projeto Corpo em Movimento – Corpo em Fluxo e o Galo da Madrugada apoiam o evento. 
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Texto: Wilza Pinto Saraiva | Colaboradora – Ascom TJPE
Fotos: Assis Lima | Ascom TJPE