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Corregedoria da Justiça promove 177 casamentos em Tamandaré

 
Realizada na última terça (1º), cerimônia coletiva contou com participação de mais de 700 pessoas
 
 
A Corregedoria da Justiça de Pernambuco promoveu, na tarde da última terça-feira (1º), um casamento coletivo gratuito em Tamandaré, a 110 km do Recife. Mais de 700 pessoas se reuniram na Creche Padre Enzo para acompanhar a união de 177 casais, de várias faixas etárias e provenientes do centro e da zona rural do município. Os casamentos integraram o programa da Corregedoria "Um Passo a Mais para a Cidadania", que já realizou 2 mil matrimônios desde o início da gestão do corregedor geral da Justiça, desembargador Eduardo Paurá, em 2014.
 
"Começamos do Sertão pernambucano, promovendo a cidadania das pessoas até o litoral. Consideramos importante a realização de casamentos porque eles representam inclusão social. Além do mais, o casamento é inibidor de diversas ações futuras, como ações declaratórias de união estável, sobre pensão previdenciária, de disposição de herança e de investigação de paternidade, entre outras", explicou Eduardo Paurá.
 
Muitos casais esperaram anos pela ocasião. Foi o caso de Cláudio José da Silva, 72 anos, e Maria José da Silva, 40, juntos há 16 anos e pais de quatro filhos adolescentes. "Tivemos que aproveitar a oportunidade. Eu quero que ela tenha direito à casa e a tudo que pode como minha esposa. É também uma maneira de assegurar o bem-estar de nossos filhos", contou Cláudio.
 
A felicidade visível de Maria José se misturava à de jovens como Stefanie Oliveira, 20, noiva de Dário Silva, 26. Grávida de quatro meses, a moça estava realizando o sonho de casar vestida de noiva. "Desde criança que eu quero me vestir assim. A gente já ia se casar no final do ano, mas aí adiantamos para aproveitar o dia de hoje", revelou.
 
O evento contou com a parceria da Prefeitura da cidade. O prefeito Hildo Hacker doou, por meio da Secretaria de Assistência Social, decoração, bolo, doces e orquestra. O padre de Tamandaré, Arlindo Jr., e a pastora Márcia Amorim saudaram os casais.
 
O juiz responsável pela cidade, Augusto Angelim, celebrou o casamento. Dois casais da zona rural e dois do centro da cidade representaram os 173 restantes respondendo os votos ao magistrado.  Depois, um a um, os 177 assinaram os livros do cartório.
 
"Jornada de Conciliação" - O casamento coletivo em Tamandaré não foi a única ação de cidadania liderada pela Corregedoria que aconteceu na cidade. Um mutirão de conciliação de processos ocorreu na Câmara Municipal, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro.  Chamado "Jornada de Conciliação", o evento foi promovido em parceria com o Ministério Público e a Defensoria Pública de Pernambuco. Das 180 audiências marcadas, foram realizadas mais de 85%, com grande repercussão na comunidade local.
 
A Jornada foi recentemente premiada pelo Conselho Nacional de Justiça, por impulsionar a prática da conciliação, um meio alternativo de solução de conflitos que agiliza o trâmite processual, desafogando o Judiciário e difundindo a cultura da paz social. De 2014 até agora, o programa já promoveu mais de 2600 audiências, chegando a um percentual médio de 90% de acordos.
 
As audiências em Tamandaré se relacionaram tanto a processos de família, referentes, principalmente, a demandas de pensões alimentícias, quanto a processos criminais de menor potencial ofensivo, aqueles com penas de até dois anos. A conciliação beneficiou pessoas como S.J.N., que entrou na Justiça para fazer valer o direito de ver a filha de 10 anos. "A mãe da menina me impede de visitá-la. Nunca fomos casados", contou. Por meio da Jornada de Conciliação, S.J.N. chegou a um acordo com a mãe da garota, pondo fim a uma disputa que perdurava desde o nascimento da criança.
 
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Texto: Mariane Menezes | Ascom CGJ
Fotos: Agência Rodrigo Moreira