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Coordenadota Daisy Andrade, e equipe, promoveu roda de diálogos com profissionais da beleza em salões de beleza em Petrolina
A Coordenadoria Estadual da Mulher do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) promoveu, no último dia 28/02, das 8h às 14h, o 1º Encontro da Coordenadoria da Mulher com o Sistema de Justiça e a Rede de Proteção à Mulher da Circunscrição de Petrolina e Região. No evento, foram discutidas boas práticas administrativas do Judiciário estadual que possam socializar as ações e projetos da Coordenadoria da Mulher na Comarca e nas outras cidades sertanejas. A estada da equipe da Coordenadoria naquela Comarca foi iniciada no dia 27/02, segunda-feira, e finalizado no dia 02/03, quinta-feira.
De acordo com a coordenadora, desembargadora Daisy Andrade Pereira, “interiorizar as ações desenvolvidas pela Coordenadoria da Mulher do TJPE oportuniza a disseminação dos projetos e amplia a participação e integração entre juízas, juízes, servidoras e servidoras, além de promover um intercâmbio com a rede de proteção e enfrentamento a violência doméstica contra a mulher de cada município. Ações como estas também ampliam o olhar e a participação do Poder Judiciário em todo o estado".
Neste I Encontro, no turno da manhã, a magistrada e sua equipe se reuniu com cerca de vinte juízas e juízes da Comarca e mais doze magistrados de cidades da região sertaneja, divulgando as ações e interiorizando a campanha Sinal Vermelho (Foto abaixo). Na mesma data, às 14 horas, foi promovido o encontro da desembargadora Daisy Andrade e sua equipe com os representantes das entidades da Rede de Proteção e do Sistema de Justiça.
Visitas – No dia anterior (27/02) ao encontro com juízes e representantes das entidades, a desembargadora Daisy Andrade, e equipe, realizou uma visita aos salões de beleza da cidade. Nestes locais, foi apresentado aos seus proprietários o projeto “Mãos EmPENHAdas contra a Violência”, que visa capacitar cabeleireiras e cabeleireiros, manicures, depiladoras e esteticistas a atuarem como multiplicadores de informações sobre a violência contra a mulher, além de orientá-los sobre como denunciar os crimes de gênero.
Na quarta-feira (1/3), a desembargadora Daisy Andrade visitou as instalações da Colônia Penal Feminina de Petrolina. A visita teve como finalidade a inserção das detentas no projeto “Recomeçar”, através do qual são desenvolvidas ações de reinserção social e de orientação voltadas para as mulheres encarceradas de Pernambuco e suas famílias.
Coordenadora Estadual da Mulher, Daisy Andrade, visitou também a Fábrica de Lençois da unidade prisional feminina da Comarca
Neste mesmo dia, visando a programação da Semana da Justiça Pela Paz em Casa, a coordenadora Daisy Andrade e equipe foram ao Shopping River Petrolina. No local, foi articulada uma parceria para veiculação de uma campanha nas mídias eletrônicas sobre o projeto “Dialogando sobre a Lei Maria da Penha nos Espaços Públicos”.
Viver como morta – É assim que *Sofia, 57 anos, divorciada, proprietária de um salão de beleza de sua cidade há mais de 15 anos, mãe de duas filhas, definia o seu estado emocional quando estava em um casamento de 17 anos. Ela conta que após um revés financeiro de seu companheiro, ela montou o seu negócio para ajudá-lo, pois acredita na sacralidade do casamento quando este envolve amor e respeito. Era o caso dela, já que amava o seu ex-marido. Na verdade, apenas ela se sentia assim, pois ao se alçar gerente do Salão, explorou o trabalho de Sofia, que já era reconhecida socialmente pela qualidade de seus serviços. “Eu não tinha mais direito a um mero salário”, conta.
Segundo ela, após o empreendimento estar firmado, o companheiro começou a ter outros relacionamentos simultâneos, divulgando que seu casamento com Sofia era de “fachada”. “Ele mentia descaradamente, era um viciado em sexo. Obrigava-me a ter relações sexuais diárias com ele. Eu me submetia, pensando nas minhas meninas, já que ele tinha o controle financeiro na família, e eu não tinha mais mãe ou pai a quem poderia pedir ajuda imediata”. Quando não tinha mais forças e se preparava para cometer suicídio, Sofia procurou a Justiça, através de uma cliente contumaz de seu salão.
Vida que volta - A partir da intervenção estatal, jurídica, e conciliatória, Sofia se divorciou, retomou o controle financeiro de seu negócio, e retirou o marido definitivamente de sua casa, e de sua vida. Hoje, ela se define como uma mulher livre, feliz, ‘dona de seu nariz’, e uma mãe realizada. Ela também relata que adquiriu um câncer de mama, após a separação conjugal, que se encontra em remissão há dois anos. “Sinto-me muito travada, desestimulada para investir em um novo relacionamento, porém sei que sou vitoriosa graças a proteção de Deus, e ao apoio da Justiça da minha cidade”.
Sofia deixa uma lição para mulheres que não se libertam de um companheiro tóxico, abusivo que utiliza a violência doméstica, ou o assédio moral e sexual como armas de domínio e opressão contra quem ele diz amar. “Você não está sozinha e possui forças espirituais e internas que não conhece. Procure a ajuda e se afaste de quem te faz mal na sua intimidade. Caso contrário, além de adoecer, você morrerá por dentro até não achar mais sentido em estar viva. Nem mesmo pelos filhos”.
*Nome fictício
Para conferir mais fotos do evento, clique AQUI.
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Texto: Izabela Raposo | Ascom TJPE
Fotos: Cortesia