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Comissão de Conflitos Fundiários do TJPE realiza audiência de tentativa de conciliação e visita técnica em fazenda no Sertão

Durante a visista, o desembargador Luiz Gustavo conversou com representantes dos trabalhadores e dos proprietários da fazenda

Recriada em 14 de abril passado pelo presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Luiz Carlos de Barros Figueiredo, com o propósito de apoiar operacionalmente os magistrados e definir os procedimentos para o cumprimento de decisões judiciais relativas a desocupações coletivas, a Comissão de Conflitos Fundiários (CCF) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizou, no último dia 2 de junho, visita técnica na Fazenda Malhada, na zona rural de Arcoverde. No local, existe uma área de litígio decorrente de ocupação de terras.

A fazenda tem uma extensão de aproximadamente 1.400 hectares e fica localizada na BR-232, Km 265. A ocupação, que atinge cerca de 800 hectares, consiste em 12 casas de alvenaria distantes uma das outras por aproximadamente 80 metros. Todas estão nas proximidades da BR-232, a cerca de 12 quilômetros do centro da Cidade de Arcoverde e a 3 km da Faculdade de Medicina do Sertão.

A 2ª Vara Cível da Comarca de Arcoverde já determinou a reintegração de posse (Processo: 0001180-12.2018.8.17.2220), mas até a data da visita técnica o mandado não havia sido cumprido. Na ocasião, o desembargador Luiz Gustavo Mendonça de Araújo e o juiz Osvaldo Lobo trataram pessoalmente com as lideranças do MST, representadas pelo diretor-regional Luzandro e o presidente da associação local sr. Edinerval.

Na prática, o papel da CCF é viabilizar o cumprimento judicial e, a partir do diálogo com todos os envolvidos, atuar de maneira a evitar conflitos entre as partes.
O grupo que inspecionou a Fazenda Malhada foi conduzido pelo diretor do Núcleo Sertão da CCF, desembargador Luiz Gustavo Mendonça de Araújo, e pelo juiz Osvaldo Teles Lobo Junior, também integrante do mesmo núcleo.

Além do TJPE, estiveram presentes a Polícia Civil de Pernambuco, a Defensoria Pública de Pernambuco, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), membros da Prefeitura de Arcoverde e as Secretarias municipais de Educação, Saúde e Assistência Social.
Após a visita, ficou decidido algumas providências a serem adotadas. Entre elas, estão a solicitação ao Juízo competente da 2ª Vara Cível de Arcoverde para que seja expedido mandado de constatação a ser cumprido por um oficial de Justiça com o objetivo de que seja identificada a quantidade precisa de casas de alvenaria, com a possibilidade de participação das partes durante o ato, mediante contato com o oficial. 

Também deverá ser realizada intimação das partes para que se abstenham de qualquer alteração fática do local, inclusive mediante construção, reforma, ampliação de casas de alvenaria ou instalação de alojamentos de lona ou outra estrutura similar, bem como de criação ou extensão dos plantios existentes. As tratativas continuarão a ser realizadas com o objetivo a se pacificar a área e encerrar o conflito.
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Texto e foto: Saulo Moreira | Ascom TJPE