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Artigo - Bem-vindo, Expedito!

Ele chegou de mansinho, alegrando e trazendo esperança de dias melhores. O parto ocorreu em sala humanizada e preparada para tal, fugindo ao ambiente até então habitual. Nela estavam presentes todos os pais e mães de Expedito, além dos amigos que lhe foram dar as boas-vindas.

O tempo de gestação foi de apenas cinco meses. Teria dificuldade em garantir se foi uma gravidez natural ou reprodução assistida. Sei que graças a uma equipe transdisciplinar foi possível dar vida a Expedito.

E não bastou a existência da equipe. O diálogo entre seus integrantes e a forma de comunicação e a valorização de rotinas informais, possibilitaram sua chegada.

As instituições deveriam adotar a mesma sistemática para a execução de seus planos. Estamos engessados por tanta burocracia, perfumados por salamaleques, cercados por tantos ofícios de cá para lá e de lá para cá, com avanços pouco significativos.

Mais do que nunca, a chegada de Expedito confirma a necessidade de se administrar em conjunto, ouvindo-se os destinatários e destinatárias do projeto, de uma maneira objetiva, porém não binária, pois entre o sim e o não há infinitas outras possibilidades.

O exemplo dado pela Escola da Magistratura -Esmape-, com o apoio do TJPE, da Setic e de servidores e servidoras, desenha e bem a maneira como o TJPE vem cumprindo o seu papel.

O Expedito é um robô que se ocupa de tarefas burocráticas das varas criminais. Em dois minutos ele realiza a tarefa que levaria 60 minutos para ser realizada. A economia para os cofres públicos foi estimada em 3,8 milhões de reais.

O mundo mudou e o TJPE está se aperfeiçoando, sem perder a dimensão da importância do contato humano, mas, como na música, nada será como antes, amanhã.

Outro avanço possível e significativo é a implantação de uma Central Única de Informações processuais, a fim de não se interromper com atendimento telefônico os servidores e servidoras das Varas ou das Diretorias. Nos Tribunais Superiores funciona e bem. Se as questões técnicas a serem superadas, se a preparação das pessoas para proceder ao atendimento, por si só são desafiadoras, o maior desafio é enfrentar o ... "pra que mudar se sempre foi assim" ou ainda o ... "aumenta o número de funcionários".

Avante, sem medo de ser feliz!

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Texto: Eduardo Sertório Canto, ouvidor-Geral do TJPE
Artigo também publicado no Jornal do Commercio
Arte: Ascom/TJPE