Juliana Neiva,  gestora da a Scretaria de Tecnologia de Informação e Comunicação, há oito anos 

Apesar dos grandes avanços alcançados pelas mulheres na sociedade, ainda é possível perceber um movimento cultural onde determinadas áreas de trabalho, como a da tecnologia, por exemplo, são ocupadas, na sua maioria, por pessoas do sexo masculino. Durante este mês de março, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, você vai conhecer um pouco da história de mulheres que inspiram o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). A primeira delas é a de Juliana Neiva, gestora da Secretaria de Tecnologia de Informação e Comunicação (Setic) do TJPE. A servidora, que há oito anos comanda a Setic, é um exemplo da quebra desse paradigma. Ela fala sobre a sua visão sobre as mulheres e a área de tecnologia.

Juliana é graduada e mestra em Ciência da Computação pelo Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn-UFPE) e ingressou no TJPE em 2010, ao assumir o cargo Analista Judiciária/Analista de Sistemas. Inicialmente, a servidora foi lotada no Núcleo de Gestão de Aquisições de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), onde era responsável pela elaboração dos termos de referência para as contratações da área. Em 2012, foi convidada para atuar como secretária adjunta da Setic, recebendo o convite, em 2014, para assumir a gestão da Secretaria, cargo que exerce até os dias atuais. Antes de compor o quadro da instituição, Juliana foi Analista de Gestão de TIC na Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação de Pernambuco e docente, por dez anos, na Faculdade Integrada do Recife, quando ministrou disciplinas no curso de Sistemas de Informação. Além disso, a servidora também já atuou como Analista Consultora de TIC na Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco, onde teve a experiência no desenvolvimento de sistema do órgão.
 
Formada na década de 1990, de acordo com a servidora, na sua época de faculdade o número de mulheres e homens na área de informática era bem equilibrado, havendo uma queda da participação feminina no início dos anos 2000. No momento presente, o cenário está se modificando. “O que se observa atualmente é um bom crescimento nesta participação feminina e, na minha opinião, muito se deve ao fato das meninas estarem visualizando ótimas perspectivas na área, boas oportunidades de trabalho no mundo inteiro e até pela desmistificação de que essa carreira favorece o público masculino”, explica Juliana, que destaca que diversas entidades e órgãos têm trabalhado em conjunto para fomentar o crescimento das mulheres no mundo da computação. “Entendo que a sociedade se organiza melhor atualmente para vencer os desafios e oferecer às mulheres condições igualitárias. É um processo longo de mudança de cultura, mas tenho esperanças de que as mudanças virão para melhorar tais condições”, afirma.

De acordo com a gestora, a Setic possui, atualmente, 195 servidoras e servidores efetivos lotados no setor, sendo 17% deste total composto por mulheres. Ela destaca que apesar do percentual feminino ser inferior ao masculino, a maioria das colaboradoras atuam em cargos de chefia. “Isto demonstra a grande inclinação das mulheres para as funções de liderança, por incorporarem características que as favorecem, tais como organização, sensibilidade, poder de escuta, resiliência e assertividade”, declara. Juliana também ressalta a importância de estar sempre junto à equipe, participando, ouvindo e decidindo em conjunto para o sucesso do trabalho desenvolvido.

Um dos grandes desafios enfrentados pela unidade nos últimos dois anos foi a transformação digital acelerada imposta a todos pela pandemia da Covid-19. Segundo a secretária, todos da Setic compreenderam o papel de protagonismo do setor junto a magistradas, magistrados, servidoras, servidores e público em geral que utilizam os serviços prestados pela instituição para que “a virada de chave”, como intitula Juliana, fosse realizada de forma ágil e segura para todos. “Não foi fácil, exigiu de nós uma dedicação extrema e extenuante, mas, ao final, vimos que obtivemos sucesso. Isso foi e tem sido muito gratificante”, afirma. 

Em 2021, a equipe da Setic ganhou novas instalações e passou a concentrar todas as suas unidades num só local, no prédio do Porto Digital. Além da mudança promover uma maior integração das colaboradoras e dos colaboradores e na fluidez das atividades, o novo espaço também favorece a construção de parcerias para o desenvolvimento de soluções inovadoras para o Tribunal de Justiça de Pernambuco, já que fica mais próximo do Núcleo de Gestão do Porto Digital. De acordo com Juliana, atualmente, a Setic vem trabalhando na construção do Plano de Transformação Digital do TJPE, que possui a perspectiva de auxiliar as pessoas que integram a instituição a exercerem uma prestação jurisdicional célere e eficiente, colocando o cidadão e a cidadã como centro das iniciativas. As capacitações visando fomentar a transformação digital também fazem parte do planejamento do setor. Se depender do empenho de Juliana e de sua equipe, todo o planejamento logo se transformará em ações, para o bem do Judiciário e toda a população de Pernambuco.

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Texto: Cláudia Franco | Ascom TJPE
Foto: Assis Lima | Ascom TJPE