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Muita emoção na homenagem ao oficial de justiça Jorge Eduardo, no Fórum do Recife

A mãe de Jorge Eduardo, Maria Nazaré Lopes Borges, ao lado do desembargador-presidente Luiz Carlos de Barros Figueirêdo

A mãe de Jorge Eduardo, Maria Nazaré Lopes Borges, ao lado do desembargador-presidente Luiz Carlos de Barros Figueirêdo

Numa solenidade marcada pela emoção, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) homenageou, nesta quarta-feira (12/4), o oficial de justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, que foi assassinado aos 42 anos em setembro do ano passado, no bairro da Tamarineira, no Recife.

A sala dos oficiais de justiça do Fórum do Recife/Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha da Joana Bezerra, foi batizada com o nome de Jorge Eduardo, servidor muito querido por todos. Confira um vídeo com resumo da solenidade AQUI.

A homenagem contou com a participação de familiares, amigos e colegas de Jorge Eduardo, além de magistrados, servidores e representantes de várias instituições, como Ministério Público de Pernambuco, Universidade de Pernambuco e Associação Federal dos Oficiais de Justiça do Brasil (Afojebra).

Vestida com uma camisa que tinha a imagem do filho, a mãe de Jorge Eduardo, Maria Nazaré Lopes Borges, falou da saudade que sente, dizendo ainda esperar uma resposta de Deus para tudo que aconteceu. Apesar da dor, ela, muito emocionada, agradeceu a todos. Entre os presentes, sobretudo os colegas de trabalho, muitas lembranças vieram à tona durante aquele silêncio triste e respeitoso em que só se ouvia a voz de uma mãe enlutada.

"O companheirismo de todos aqui, a união e o sentimento de família me ajudaram muito. Teria sido muito pior para mim se eu não tivesse a amizade de muitos que estão aqui. Todas as vezes que eu entrar nessa sala, não terei como esquecer que aqui também foi a casa do meu filho", disse Maria Nazaré. 

Num ambiente repleto de sentimentos vários, suas belas e comoventes palavras eram intercaladas apenas pelo balbuciar alegre do pequeno Matheus, de nove meses. O menino é neto de Maria Nazaré, filho mais novo de Jorge Eduardo. 

Com Matheus nos braços, Geisiele Barbosa Vanderley, viúva do oficial de justiça, enalteceu o legado do marido. "Ele foi um pai exemplar, um marido exemplar, um filho exemplar. Estará sempre na memória de todos nós. Ele adorava esse ambiente", disse.

O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Pernambuco, Roberto Antônio Soto Flores, também usou o momento para destacar a trajetória de Jorge Eduardo. "Apesar da saudade, é um momento de alegria porque ele estará presente não apenas na lembrança, mas na parede do seu último local de trabalho".

Ao fazer um discurso de improviso, o presidente do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, permeou seu raciocínio a partir do senso de humanidade. "Muitas vezes percebemos que estamos perdendo a humanidade, mas é importante lembrar que o sentimento de humanidade necessita de gestos. E esta homenagem é um gesto de humanidade. Quem passar por esta sala vai lembrar de um amigo, mas não vai apenas sofrer com sua falta. Vai lembrar que aqui trabalhou uma pessoa que é um exemplo de vida", disse o presidente.

Ao fim dos discursos, o presidente Luiz Carlos Figueirêdo, o corregedor-geral da Justiça, desembargador Ricardo Paes Barreto, a mãe e a esposa de Jorge Eduardo descerraram a placa de homenagem. 

Pouco a pouco, os rostos entristecidos pela saudade deram lugar a expressões mais leves e descontraídas, como se Jorge Eduardo de alguma forma estivesse ali. Alguém pediu que o grupo rezasse a Oração do Pai Nosso. E o Pai Nosso foi rezado em uníssono. Para encerrar, o presidente do Tribunal falou em voz alta: "Jorge Eduardo?!" E todos responderam a plenos pulmões: "Presente!".
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Texto: Saulo Moreira | Ascom TJPE
Foto: Assis Lima | Ascom TJPE