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Coordenadoria da Mulher do TJPE e Sebrae iniciam cursos de capacitação para reeducandas da Penitenciária de Abreu e Lima

Foto mostra mulher de pé, falando ao microfone. De frente para ela há outras mulheres sentadas, que aparecem de costas

Desembargadora Daisy Andrade fala para reeducandas durante a abertura do evento

A Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco (Sebrae/PE), iniciou, nesta terça-feira (25/4), um curso de capacitação voltado para mulheres encarceradas. O objetivo é promover a reinserção social dessas mulheres no mercado de trabalho a partir da promoção de oficinas e cursos, além do desenvolvimento do empreendedorismo. As primeiras a participar são 50 reeducandas do Presídio Feminino de Abreu e Lima, onde ocorreu o lançamento. O curso faz parte das ações do Projeto Recomeçar, da Coordenadoria da Mulher; e do Programa Sebrae Delas.  

Veja as fotos do evento.

A coordenadora da Mulher do TJPE, desembargadora Daisy Andrade, participou do lançamento junto com sua equipe. Ela apresentou o projeto Recomeçar e falou sobre a perspectiva que o curso traz de, além de ensinar novas habilidades, poder enaltecer algum talento que as reeducandas já possuam. 
 
“Nós percebemos que a empregabilidade para as mulheres através do empreendedorismo é algo que será, de fato, um divisor de águas na vida delas porque elas conseguem realçar um talento que às vezes já têm, ou mesmo aprender uma nova forma de fazer. E a forma mais acertada é através do Sebrae, que é uma empresa de experiência e de expertise no mercado. Sei que esse protocolo que assinamos com o Sebrae, com essa finalidade de alcançar essas mulheres encarceradas, vai fazer diferença na vida delas”, afirmou a desembargadora. 
 
A gerente de Articulação Institucional do Sebrae Pernambuco, Roberta Correia, explicou o projeto Sebrae Delas, por meio do qual está sendo promovida a capacitação, e de que forma serão desenvolvidas as habilidades. “Queremos trabalhar a oportunidade através do conhecimento, utilizando aquilo que elas já sabem fazer. E que a partir daí elas possam utilizar isso para gerar renda para suas famílias, possam empreender”, destacou Roberta. 
 
De acordo com o gestor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), desembargador Mauro Alencar, o Poder Judiciário se preocupa muito com a porta de saída do Sistema Prisional. “A pessoa que está cumprindo uma pena precisa ter uma oportunidade de trabalho, uma ocupação lá fora para não voltar a delinquir. Então uma parceria como essa com o Sebrae é de grande valia e a expectativa é a melhor possível, espero que esse grupo de mulheres aproveite bastante”, defendeu o magistrado.
 
Para a gestora da unidade penitenciária, Elisângela Santana, é uma alegria poder ajudar a população carcerária com essa qualificação. “Essa iniciativa representa a possibilidade de um retorno à sociedade com mais oportunidades. Elas saem do sistema carcerário estigmatizadas e precisam muito desse pontapé inicial, desse acolhimento no mercado de trabalho para que possam sair da criminalidade e ter uma nova vida”.
 
Na ocasião, além do Projeto Sebrae Delas também foram apresentados os módulos iniciais do curso, que consistem nos temas Beleza e Gastronomia. 
 
Para Jocivânia, de 39 anos, o curso representa uma oportunidade de mudança. “Sempre é bom a gente saber o que fazer, pra quando sair pra rua poder seguir a vida e não fazer mais o que a gente fazia. Quero sair e erguer minha vida”, declarou a reeducanda, que já trabalhou na área de costura e agora quer aprender a cortar as peças. 
 
A mesma expectativa é vivida por Maria Auxiliadora, de 49 anos, que atualmente trabalha na cozinha da unidade prisional e espera que o curso possa ajudar a melhorar sua habilidade de cozinheira. “Eu gosto muito de cozinhar e quero ter a chance de levar uma nova vida, ter um novo recomeço”, afirmou.
 
Foto mostra pessoas de pé, lado a lado, sorrindo para a foto. Na imagem aparece um banner com logomarca lilás e escrito Projeto Recomeçar
Desembargador Mauro Alencar; Roberta Correia, do Sebrae; e equipe da Coordenadoria da Mulher do TJPE
 
Parceria - A parceria entre o Poder Judiciário e o Sebrae foi firmada no dia 20 de março, através do Protocolo de Intenções assinado pela Presidência do TJPE e o Sebrae no dia 20 de março, no Palácio da Justiça. Participaram da assinatura do termo, o presidente do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo; a coordenadora estadual da Mulher, desembargadora Daisy Andrade Pereira; o gestor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), desembargador Mauro Alencar; o diretor-geral da Escola Judicial (Esmape) do TJPE, desembargador Francisco Bandeira de Mello; e o superintende do Sebrae/PE, Murilo Roberto de Moraes Guerra.
 
Recomeçar - O Projeto Recomeçar consiste em orientar as reeducandas durante o processo de cumprimento de suas penas, bem como fornecer informações aos seus familiares. A iniciativa da Coordenadoria da Mulher busca, assim, promover a reinserção social, com orientações que tornam mais humanizado o cumprimento das penas das mulheres em privação de liberdade. Para o projeto, foram criadas duas cartilhas informativas, uma delas voltada para as reeducandas; a outra para os seus familiares. 
 
A cartilha para as reeducandas aborda temas como os direitos da mulher encarcerada a atendimentos individuais voltados para as áreas de Serviço Social, Psicologia, bem como para atendimentos médicos e orientações jurídicas. Trata também de orientações sobre visitas de seus familiares, cônjuges, e de advogados; normas a serem cumpridas no estabelecimento prisional; trabalhos que podem ser desenvolvidos pela mulher durante a sua pena; dentre outras informações. 
 
 
Já a cartilha voltada para os familiares das mulheres apenadas contém informações como os familiares e companheiros ou companheiras das mulheres encarceradas devem realizar o cadastro para visitas à unidade prisional; ainda relaciona os itens que elas podem receber na unidade onde estão cumprindo suas respectivas penas - incluindo desde objetos para uso pessoal aos alimentos que podem ser levados para a visita, bem como o modo de transportá-los até a unidade prisional, dentre outras orientações. 
 
 
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Texto: Redação | Ascom TJPE
Foto: Assis Lima  | Ascom TJPE