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TJPE inicia o movimento Banco Vermelho no Brasil


A coordenadora estadual Daisy Andrade e o corregedor Ricardo Paes Barreto inauguraram o banco vermelho

O Fórum Thomaz de Aquino Cyrillo Wanderley, localizado na avenida Martins de Barros, 593, bairro de Santo Antônio, centro do Recife, conta agora com um equipamento externo, instalado em sua calçada, que simboliza a luta e o empoderamento da mulher brasileira: um banco vermelho. No local, a partir da tarde da quarta-feira (20/12), no Dia Internacional da Solidariedade, a nova intervenção urbana marca o compromisso do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), através da Coordenadoria Estadual da Mulher, com a prevenção e o combate incessante dos crimes contra as mulheres, bem como a busca da equidade socioeconômica de gênero. A iniciativa é pioneira no país e realizada através de parceria da Coordenadoria com o Instituto Banco Vermelho do Brasil.  

Além da instalação externa, foram colocados assentos vermelhos na audiência das salas do terceiro e quarto Tribunais do Júri da Capital, localizados no 1º andar do Fórum. Na solenidade, que iniciou a instalação do banco, realizada no 4º Tribunal, o corregedor-geral de Justiça e presidente eleito do TJPE para o biênio 2024-2026, desembargador Ricardo Paes Barreto, reafirmou seu compromisso de valorizar profissionalmente as mulheres e de prestar socorro judicial efetivo àquelas vitimadas pela violência física e psicológica no âmbito doméstico e familiar.

“Em minha administração na Corregedoria Geral (CGJPE), 63% dos cargos diretivos são ocupados por mulheres. Como futuro chefe do Poder Judiciário, comprometo-me a aumentar essa cota, como também irei ‘pernambucanizar’ a gestão do TJPE.” A autoridade concedeu a palavra inicial de seu depoimento à juíza assessora especial da CGJPE, Roberta Viana Jardim. “Sinto-me honrada em participar de uma gestão onde a nossa valorização foi efetivamente implementada graças à humanidade do desembargador Ricardo Paes Barreto.”

Em seu pronunciamento, Ricardo Paes Barreto também comemorou a escolha da primeira desembargadora pelo critério de merecimento nos 201 anos de existência do TJPE. A magistrada Valéria Bezerra Pereira Wanderley foi eleita para compor o TJPE em sessão realizada pelo Tribunal Pleno na última terça-feira (19/12). Ele parabenizou a atuação da coordenadora estadual da Mulher em Pernambuco e desembargadora, Daisy Andrade, que junto à Corregedoria, empreendeu campanhas e ações em fóruns e comarcas do Interior e da Região Metropolitana. Ao final de sua fala, o presidente eleito do TJPE agradeceu a todos e todas que lutam pela justiça em prol do gênero feminino.

Para a desembargadora Daisy Andrade, “é uma satisfação saber que somos o primeiro Tribunal de Justiça do Brasil a instalar o programa Banco Vermelho, através da parceria da Coordenadoria Estadual da Mulher com o Instituto. Que cada vez mais possamos nos incomodar e nos indignar enquanto Poder Judiciário - a última porta em que a vítima de gênero bate para clamar por justiça - e, assim, auxiliaremos mulheres, famílias e pessoas atingidas direta ou indiretamente pela tragédia do feminicídio”.  

Em um vídeo, exibido durante a cerimônia, a desembargadora e o atual presidente do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo proferem palavras de posicionamento contra a violência contra a mulher, em frente ao banco vermelho. “O silêncio só beneficia o agressor”, diz o magistrado na película. “O silêncio não protege”, declara a desembargadora no local. De acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, a cada hora, 26 mulheres são vítimas de violência no Brasil. Em 2022, por exemplo, foram registrados 1.437 casos de feminicídio.  


A diretora da entidade Banco Vermelho Andréa Rodrigues se pronunciou sobre os objetivos da iniciativa

Após a cerimônia, integrantes da magistratura e do Ministério Público, servidoras, servidores, demais autoridades, jornalistas e o público se dirigiram à calcada do Fórum, onde o corregedor-geral Ricardo Paes Barreto comandou o desenlace da fita, inaugurando assim a instalação do banco vermelho. “Agora é hora de sentar, refletir, levantar e agir contra a violência de todas as formas praticadas contra as mulheres”, disse.  

Símbolo de Luta – No banco vermelho, pintado com a cor que simboliza o sangue das vítimas da violência física, estão registradas as frases ‘A vida começa quando a violência acaba’, de autoria da ativista Maria da Penha, e ‘Lutamos contra toda forma de violência à mulher’. No banco, há uma placa com um QR Code impresso. Quando acionado, via celular, os interessados e interessadas são direcionados ao perfil do instituto no Instagram @bancovermelho

Naquela página há orientações de como evitar e denunciar casos de violência de gênero. “Perdi uma grande amiga para o feminicídio e sei como uma palavra na hora certa poderia ter evitado a tragédia”, contou a diretora-geral da entidade Banco Vermelho, a publicitária e historiadora da Arte, Andréa Rodrigues. “Estamos transformando nosso luto em luta”.

As iniciativas da entidade no Brasil contam com a chancela do Stati Generali Delle Donne, uma coordenação permanente de enfrentamento da violência contra a mulher, iniciada em 2016, na Itália. O Movimento Banco Vermelho se expandiu globalmente e conta com instalações em países da Europa e da América Latina. “Já estamos em tratativas com outros estados e cidades para a instalação de mais bancos vermelhos”, contou Andrea Rodrigues.

Presenças – Além das personalidades citadas, o dirigente da Coordenadoria Criminal do TJPE, desembargador Mauro Alencar; e o atual diretor-geral da Escola Judicial (Esmape/TJPE) e próximo corregedor-geral de Justiça de Pernambuco, desembargador Francisco Bandeira de Mello, compuseram a mesa de honra do evento. A diretora-executiva do Instituto Banco Vermelho, Paula Limongi, participou do descerramento do corte da faixa, inaugurando o banco vermelho: a mais nova intervenção urbana no Centro do Recife.  

Clique AQUI e confira as fotos das solenidades interna e externa. 

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Texto: Izabela Raposo | Ascom TJPE
Fotos: Victória Viana | Inova Propaganda