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Pela primeira vez nos 202 anos de história do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), uma sessão de câmara de julgamento teve a presença de duas desembargadoras. O marco se deu nesta quinta-feira (7/11), em reunião da 3ª Câmara Cível, com as presenças das desembargadoras Andrea Tenório de Brito e Ângela Lins Cavalcanti, empossadas terça-feira (5/11) no 2º Grau do TJPE. As magistradas foram as primeiras do Estado a serem promovidas ao segundo grau através de listas formadas exclusivamente por mulheres.
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Na área destinada ao público, estava a juíza Mariana Vargas, representando o presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, que não pôde comparecer porque cumpre agenda de trabalho fora do Estado.
A desembargadora Ângela Cavalcanti pontuou que a atual mesa diretora do TJPE se mostra comprometida com a questão feminina: “Bem antes da resolução do Conselho Nacional de Justiça sobre paridade de gênero, tivemos na Justiça pernambucana diversas iniciativas importantes, incluindo o apoio a grupos femininos mais vulneráveis”, refletiu. A desembargadora Andrea Brito disse que se sentiu à vontade na Câmara, e destacou: “Mantenho o meu juramento e a minha obrigação de dar o melhor de mim para engrandecer o Tribunal de Justiça de Pernambuco”.
A sessão foi iniciada sob presidência do desembargador Eduardo Sertório, segundo vice-presidente do TJPE, que passou a função para o desembargador Silvio Neves Baptista Filho. O magistrado fez questão de registrar o marco feminino e, citando a frase da líder feminista Ângela Davis, disse: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Ele a parafraseou: “Quando uma magistrada se movimenta e chega ao tribunal, toda a classe se movimenta junto com ela”.
As novas integrantes da 3ª Câmara Cível receberam cumprimentos também do desembargador substituto Dário Leite, do desembargador Paulo Roberto Alves da Silva e da procuradora Isabel Souza Santos. A juíza Tatiana Carneiro Leão, diretora da Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) Mulheres, também esteve presente na área de público: “Vivemos um momento histórico, que inicia a reparação de anos de desigualdade entre magistradas e magistrados. Mas que, a partir de agora, abre o caminho para um Judiciário mais igualitário, com maior representatividade das mulheres e, assim, mais legitimidade perante a sociedade”.
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Texto: Paula Imperiano | Ascom TJPE
Foto: Ivaldo Reges | Inova Propaganda