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Mês da Adoção – Larissa e Lucas: os caçulas gigantes em amor

Irmãos sentados em um banco, fazendo tarefas de escola

Nesta terceira reportagem sobre adoção, a história dos caçulas do grupo de irmãos adotados

Larissa* (5) e Lucas* (6) são os mais novos do grupo de cinco irmãos que viviam numa instituição de acolhimento no município de Serra Talhada, Sertão do Estado. Relembre a história em Grupo de irmãos do Sertão pernambucano são adotados por três famílias. Enquanto eles esperavam por uma nova família, Valda* e Luís Lopes* procuravam ansiosos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) por um casal de filhos. Porém, como as crianças estavam em um processo junto com outra irmã, Sara* (9), os perfis de adotantes e adotados não se encaixavam. A história começou a mudar quando Lucas* e Larissa* puderam ser desmembrados do processo original e, enfim, fazer parte de uma nova família.

Após 21 anos de casados e sem filhos biológicos, Valda* e Luís* decidiram adotar. O histórico de nove casos de adoção na família fez com que a ideia fosse recebida com naturalidade por todos. Os dois iniciaram o processo de cadastramento no CNA em 2011, mas o sonho de ser mãe e pai se tornou possível quando tiveram conhecimento das duas crianças por meio da professora Doralice*, que estava em processo de adoção de Sara* e da adolescente Fernanda* (15), irmã mais velha do grupo. Foi aí que tudo se encaixou. Por meio da Busca Ativa, o casal estava apto e eram os próximos na fila do cadastro. Morando na mesma cidade, as duas famílias puderam adotar as quatro crianças e manter o vínculo entre elas.


 

No período inicial de convivência de Lucas* e Larissa* – nomes novos que ganharam após a adoção – com a família, as coisas foram se adaptando aos poucos. O pai conta que pediu prorrogação no estágio de convivência por ter dimensão da grandeza da decisão que estavam tomando. “Pedi mais tempo para realizar a adoção de forma consciente, preocupado primeiramente com o bem-estar das crianças. Eles já passaram por tanta coisa, não queria que nada desse errado”, comentou.

Em pouco tempo, a casa antes habitada apenas por adultos, ganhou outro ritmo. A agitação natural de crianças dessa idade fez o vovô e a vovó estranharem a mudança no começo. “Eles faziam muito barulho. Depois, foram se acalmando, e eu fui me acostumando. Hoje em dia eu já amo os dois. Se eles saíssem daqui hoje, já me faria muita falta”, nos falou com carinho, vovó Lerice*.

Não demorou muito para que as crianças se integrassem à nova família. Em onze meses de convivência, a mãe Valda* diz já reconhecer nos filhos a semelhança em alguns hábitos dela e do marido. “Eles já se parecem muito conosco nas atitudes. Consigo ver características nossas como a minha mania de roer unhas e a lentidão para troca de roupas do Luís*”, observou. Ela conta que sempre sonhou em ter uma menina e que a chegada dos pequenos foi a realização de um antigo desejo. Fala orgulhosa sobre os avanços na escola, a vaidade de Larissa e as pequenas dificuldades e conquistas do dia a dia.

Luís* lembra das vezes que saíram de casa às 4h da manhã para as visitas à casa de acolhimento em Serra Talhada e as audiências na Vara Regional da Infância e Juventude de Afogados da Ingazeira, onde se processaram as adoções de Lucas*, Larissa*, Sara*, Fernanda* e Micaely*, a quinta irmã do grupo e única a ser adotada individualmente. “Nós e a professora Doralice fomos os primeiros a adotar formalmente na cidade. Depois disso vejo mais pessoas querendo adotar”, afirmou Luís*. Relembre a história de Micaely em Mês da Adoção - Micaely: uma menina que sempre esteve pronta.

Não demorou muito para que os pequenos nos puxassem pelo braço para mostrar a casa nova, o quarto, os brinquedos... A câmera e o microfone da equipe de reportagem despertaram o interesse das crianças e logo estavam os dois cantando totalmente à vontade. De repente a entrevista acontecia com o cantor Julio Iglesias tocando ao fundo, trilha sonora escolhida por Larissa* no celular do pai. “Ela é muito romântica”, conta a vovó toda derretida. Aliás, é assim que todos na casa estão agora.

Mobilização – Dentro da campanha "Adoção é mais que uma escolha. É um encontro", durante esta semana, a Ascom veicula uma série de reportagens especiais sobre adoção tardia e de grupo de irmãos no site e na TV TJPE. Também há conteúdo exclusivo no Facebook, no Twitter e no Instagram. Confira em nossos perfis nas redes sociais. Na página da Comissão Estadual Judiciária de Adoção do Estado de Pernambuco (Ceja/TJPE) há mais informações sobre adoções.

*Nomes fictícios, escolhidos ou autorizados pelos pais

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Texto e foto: Amanda Machado | Ascom TJPE
Revisão: Francisco Shimada | Ascom TJPE