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O diretor do Foro do Recife, juiz Gleydson Lima, a equipe de servidores da central de Guarda, e estudantes treinados no Centro de Informática
Cerca de 4 mil produtos apreendidos em processos judiciais foram doados pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) ao Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) do Recife, na sexta-feira (22/11). Os objetos são provenientes das unidades criminais e do Júri da Capital e da Região Metropolitana do Recife entregues pela Central de Guarda de Objetos do Crime do Judiciário estadual, que funciona no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, local da entrega. O objetivo principal da doação é a capacitação de jovens em cursos de eletrônica e o descarte correto dos produtos.
Entre os objetos doados estão celulares, notebooks, balanças, máquinas fotográficas, rádios de carro e relógios. No Centro de Recondicionamento de Computadores, os equipamentos recebidos são desmontados para que os componentes materiais sejam usados no processo de qualificação e aperfeiçoamento profissional dos jovens em eletrônica e informática, sendo utilizados na composição de novos produtos, ou sejam descartados ou reciclados de forma correta e segura sem causar danos ao meio ambiente.
Por semestre, 250 jovens, entre 15 e 29 anos, de várias comunidades, fazem capacitações para o mercado de trabalho, sendo qualificados em cursos de robótica e de metareciclagem, dentre outros. Em dez anos de existência do Centro, 16 mil jovens de comunidades carentes do Recife e da Região Metropolitana foram capacitados. No CRC, também são promovidas palestras de cunho ambiental, enfatizando a necessidade do descarte seguro de produtos eletrônicos e sua reciclagem.
A unidade de capacitação faz parte do Projeto Computadores para Inclusão do Governo Federal (Projeto CI), que estabelece parcerias locais para a manutenção e funcionamento dos centros de recondicionamento e capacitação. O projeto consiste numa rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática e de outros produtos eletrônicos direcionados à formação e à inclusão digital.
O diretor do Foro da Capital, juiz Gleydson Lima, enfatizou, com a iniciativa, o descarte correto dos produtos eletrônicos e a possibilidade de capacitação de jovens para o mercado de trabalho. “São materiais que seriam destruídos e agora terão o papel fundamental na formação de jovens que podem desenvolver uma profissão posteriormente num mercado de trabalho sempre em expansão. Então, é motivo de muita alegria fazer parte dessa ação. Que mais órgãos, empresas e instituições abracem essa ideia”, declarou.
O gestor do CRC, Domingos Sávio de França, agradeceu a ação do Tribunal, destacando o compromisso ambiental do Judiciário estadual com o descarte seguro dos produtos metálicos e eletrônicos, e também a responsabilidade social do órgão judiciário. “O descarte incorreto desses produtos causa danos irreparáveis ao meio ambiente e também à população que fica exposta a produtos tóxicos. Além disso, esses objetos são usados na formação de vários jovens que ficarão aptos a desenvolver um trabalho qualificado em empresas ou empreender em um próprio negócio. São jovens, na sua maioria, vulneráveis, com pouca inclusão social. Então, poder ter acesso a capacitação faz toda a diferença para eles”, afirmou.
Os estudantes Giovanna Ebuliani Hartt e Artur Melo Alves Leite que fazem capacitação no Centro de Recondicionamento de Computadores
Giovanna Ebuliani Hartt, 17 anos, que participa como estudante do CRC, conta que foi realizar o curso com o objetivo de melhorar o currículo e poder exercer o cargo de operadora de sistemas no futuro, mas acredita que está aprendendo mais do que isso. “Realmente tenho aprendido com profissionais extremamente capacitados no mercado de trabalho, mas também tenho certeza que sairei daqui com valores como solidariedade, cidadania e ética mais fortalecidos que levarei para a vida”, revelou.
Empolgado com o estudo de robótica, o jovem Artur Melo Alves Leite, 17 anos, afirma que também tem o desejo de seguir a carreira de operador de sistemas. “Estudamos todo o sistema operacional das partes externa e interna dos computadores e estamos avançando rapidamente nos estudos e nas pesquisas. Estou me sentindo muito realizado com essa capacitação. É uma área que desejava seguir desde criança”, afirmou.
Para as pessoas físicas ou jurídicas que desejam doar produtos eletrônicos, o CRC funciona em dois endereços: na Avenida da Recuperação, 318, bairro de Apipucos, no Recife; e na Rua Um, nº 1, em Nossa Senhora do Ó, Distrito de Ipojuca. Os interessados também podem entrar em contato pelo e-mail gestao@crcrecife.org ou pelo telefone: (81) 99521-8500.
Participaram da entrega, o diretor do Foro da Capital, juiz Gleydson Lima; a diretora da Central de Guarda de Objetos do Crime do Judiciário estadual, Lourdes Sobral da Silva; e o gestor do CRC, Domingos Sávio de França com estudantes da unidade.
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Texto: Ivone Veloso | Ascom TJPE
Fotos: Assis Lima | Ascom TJPE