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Círculo de Construção de Paz e Leitura com Jovens Aprendizes completa um ano

O Núcleo de Justiça Restaurativa (NJR) da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJPE comemorou, nesta terça-feira (27/02), um ano da criação do Círculo de Construção de Paz e Leitura, voltado aos Jovens Aprendizes que exercem suas funções no âmbito do TJPE na capital. Neste encontro, estiveram presentes a gerente do Núcleo de Justiça Restaurativa da Coordenadoria da Infância e Juventude, Hebe Pires; as facilitadoras, Kátia Assad, Danielle Sátiro, Maria Teresa Sampaio, e a assistente social, Rosa Virgínia Correia de Araújo. A iniciativa conta com o apoio do coordenador da Infância e Juventude, juiz Élio Braz, que também é facilitador da Justiça Restaurativa. 

A iniciativa integra as ações da Infância e Juventude em relação ao desenvolvimento da Justiça Restaurativa no TJPE. A Justiça Restaurativa busca, no resgate das potencialidades e fragilidades da condição humana, respostas para o desenvolvimento das alternativas diante dos atos conflituosos e violentos praticados na interação das pessoas no exercício da convivência. É uma forma de pensar, refletir e investigar sobre a construção das relações nas dimensões relacionais, institucionais e sociais. É uma maneira de agir diante dos desafios da convivência, a partir da concepção plena da responsabilidade individual e coletiva.

A ideia de unir os Círculos de Construção de Paz –  método utilizado na Justiça Restaurativa, que inclui círculos de cuidado, acolhimento e celebração – com os círculos de leitura, surgiu quando a equipe do NJR participou de uma formação on-line e conheceu os círculos de leitura baseados na metodologia do Instituto Braudel, curso oferecido gratuitamente pelo Polo Itaú Social.

Nessa união, foram mantidas todas as etapas e elementos dos círculos tradicionais, mas foi inserida a leitura como atividade principal, adotando os conhecimentos que foram aprendidos no curso. Assim, os livros são lidos em conjunto, oralmente e podem ser feitos comentários e observações das histórias a qualquer momento da atividade.

“A princípio, a gente acolheu os Jovens Aprendizes que estavam chegando aqui e a ideia era fazer um círculo de acolhimento e de celebração a cada semestre. Mas os jovens insistiram em manter esses encontros com mais frequência e chegamos ao acordo que seria possível realizar esses momentos mensalmente, para que também possam cumprir as outras atribuições profissionais em suas unidades”, pontuou Kátia Assad. Nos encontros, normalmente, não tem um número fixo de jovens, porque, às vezes, alguns deles têm aula e não conseguem acompanhar. Mas o oferecimento é para todos e a participação é voluntária.

A gerente do Núcleo de Justiça Restaurativa da Coordenadoria da Infância e Juventude, Hebe Pires, falou sobre a importância do Círculo de Construção de Paz e Leitura. “Essa ação tem um alcance para além do Judiciário, pois possibilita o exercício da cidadania e pertencimento para os jovens, para que eles possam sentir que fazem parte desse espaço com o Tribunal. A gente fala em acesso à justiça, mas o acesso é de uma forma bem mais ampla, de modo que eles sejam escutados e tragam para cá as suas experiências de vida”.

As obras são escolhidas em parceria, levando-se em conta a opinião dos jovens. A partir disso, as facilitadoras verificam se a literatura está voltada para o público juvenil, e outros fatores, como a quantidade de páginas e o custo do livro para viabilizar a ação. O Núcleo faz campanha para arrecadar doações. Em 2023, foram lidas as obras “Fernão Capelo Gaivota", de Richard Bach, e “Revolução dos Bichos”, de George Orwell. Neste primeiro semestre de 2024 será lido “Capitães da Areia”, de Jorge Amado.


Círculo de Construção de Paz e Leitura é um espaço livre, em que a leitura compartilhada é uma experiência nova para a maioria daqueles que chegam ao Núcleo

As facilitadoras do Núcleo abordaram que as leituras são densas, pois as obras escolhidas geram grandes reflexões. “Por isso temos que respeitar o ritmo da leitura. Diferente de quando lemos esses livros na juventude, a realidade de hoje é diferente, se tem um maior senso crítico sobre direitos humanos, igualdade social, racismo e sexualidade. Então, temos a responsabilidade de trazer uma visão crítica e contextualizar a obra no tempo e espaço em que ela foi escrita”.

O Círculo de Construção de Paz e Leitura é um espaço livre, em que a leitura compartilhada é uma experiência nova para a maioria daqueles que chegam ao Núcleo. As organizadoras do Círculo pontuaram que, diferente da vivência de um leitor silencioso, quando alguém realiza uma leitura em conjunto consegue observar muitas questões que talvez passariam despercebidas. É uma experiência rica porque são várias interpretações e olhares. Rosa Virgínia Correia de Araújo, assistente social lotada na Central de Aprendizagem, ressaltou que “os Círculos de Leitura são muito importantes porque trazem para os jovens uma maior compreensão da cultura brasileira, da identidade e da literatura”.

Poliana Oliveira, 22 anos, começou a participar do Círculo de Construção de Paz e Leitura desde o início do projeto. “Tem sido ótimo fazer parte dessa ação, porque eu não tinha o costume de ler e por meio desses encontros comecei a criar o hábito. Aqui eu tenho aprendido muito e perdido a vergonha de ler em público”, declarou. Foi a primeira vez que Lucas Ribeiro, 19 anos, participou da iniciativa e falou da sua expectativa. “Eu já tenho o hábito da leitura, sou muito fã das histórias de Sherlock Holmes. Então imagino que essa oportunidade vai ser um momento bem legal”.

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E-mail: justica.restaurativa@tjpe.jus.br
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Texto: Carolina Cerqueira | Ascom TJPE
Fotos: Assis Lima | Ascom TJPE