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Fórum de Moreno promove Círculo de Justiça Restaurativa com adolescentes que cumprem medida socioeducativa no município

O Conselho Nacional de Justiça evidencia, cada vez mais, que a Justiça Restaurativa é uma excelente estratégia de resolução de conflitos e prevenção à violência. Embasado nesse conceito, na última quinta-feira (17/10), aconteceu em Moreno um Círculo de Justiça Restaurativa com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. A iniciativa representou uma parceria entre a 1ª Vara Cível de Moreno, unidade do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da cidade.

O Círculo de Justiça Restaurativa foi realizado no Fórum de Moreno, das 9h30 às 11h, e contou com a participação dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa em meio aberto do município e são acompanhados pelo CREAS. A ação teve o objetivo de engajar o público e incentivá-lo a uma jornada de autoconscientização e reconhecimento do seu verdadeiro eu.

Um Círculo restaurativo fortalece os vínculos entre os participantes e facilitadores, e gera mais envolvimento da rede socioassistencial e dos familiares, o que faz toda a diferença na vida dos jovens. Dessa forma, a Justiça Restaurativa é uma ótima ferramenta no processo de responsabilização e reintegração do adolescente autor de um ato infracional à sociedade e na diminuição de reincidência infracional.

Diante disso, as práticas circulares exigem facilitadores treinados, com seriedade e muito comprometimento. Logo, as atividades desempenhadas por estes profissionais devem ser contínuas e em parceria com a comunidade, para que os adolescentes e jovens consigam retomar suas vidas longe da criminalidade.

A facilitadora que atua na 1ª Vara Cível de Moreno, a psicóloga Lilian Oliveira, falou da importância da iniciativa. “A parceria do Judiciário com os órgãos executores das medidas socioeducativas possibilita que os adolescentes consigam se expressar e refletir sobre sua trajetória e projetos de vida com o apoio também do sistema judicial que, muitas vezes, é encarado por eles apenas como uma instituição punitivista. Logo, essa interface possibilita o acesso à Justiça e a mudança de mentalidade dessas pessoas acerca do Judiciário”, defendeu.

Lilian Oliveira também discorreu sobre os benefícios da ação para a vida desses adolescentes e jovens. “Vê-se nos Círculos a necessidade que os participantes possuem de serem ouvidos e compartilhar suas dúvidas, medos e sonhos. Assim, este é um espaço seguro e acolhedor para que eles possam mostrar suas fragilidades, vulnerabilidades e repensar as trajetórias de suas vidas”, concluiu a psicóloga.

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Texto: Carolina Cerqueira | Ascom TJPE
Foto: Cortesia