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Combate à violência contra a mulher é tema de campanha do TJPE com a CBTU

Pessoas reunidas, de pé, no hall de entrada da estação do metrô

Integrantes do TJPE e da CBTU lançaram iniciativa no hall da Estação Central do Recife

A Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), deu início, na quinta-feira (17/6), à campanha de combate à violência contra a mulher no metrô do Recife e Região Metropolitana. Com a proximidade das festas juninas, o objetivo da ação é conscientizar a população sobre a possibilidade do aumento de casos no período, além de informar os meios disponíveis para denúncia. Em 2020, foram concedidas 14.232 medidas protetivas em todo o estado. De janeiro a maio deste ano, o número já chega a 6.570 concessões.

A iniciativa integra o Projeto Dialogando sobre a Lei Maria da Penha nos Espaços Públicos, com a exibição de cartazes e áudios informativos nas estações. A coordenadora da Mulher em Pernambuco, desembargadora Daisy Andrade, explica que a estratégia é promover informação em ambientes onde o alcance da informação possa ser otimizado. “Nós procuramos desenvolver esse projeto em todos os ambientes e principalmente onde há uma maior movimentação de pessoas. É um momento muito atrativo para que a gente trabalhe a temática da violência contra a mulher nessa perspectiva dos trens urbanos e de onde circulam muitas pessoas diariamente, para que elas tenham a oportunidade ver e escutar o que é necessário fazer para coibir esse tipo de violência”, afirma.

A juíza Luciana Marinho, integrante da Coordenadoria da Mulher e uma das idealizadoras do projeto, destaca que o período de festividades requer um maior cuidado e atenção. “Esse período de festas traz consigo a questão da bebida, pois mesmo que não seja a causa direta da violência, pode funcionar como um gatilho. E a gente sabe que nessas circunstâncias as pessoas ingerem mais bebida alcoólica, consequentemente a demanda de casos de violência doméstica acaba aumentando. Então, não só no período de festas juninas, mas no período de outras festividades também, a gente sente uma necessidade maior de chegar mais junto da população, mostrando o caminho para a denúncia, trazendo informações e esclarecendo o que é necessário”.

A campanha teve início na Estação Central do Metrô e será estendida para as principais estações ao longo da próxima semana, permanecendo no ar durante todo o mês de julho. A chefe de Gabinete da CBTU, Andréa Medeiros, reflete sobre a importância da iniciativa. “Buscamos sempre acolher esse tipo de projeto, pois vimos que a violência contra a mulher vem aumentando nesse período de pandemia, então a CBTU disponibiliza todos os equipamentos, as estações, os metrôs e os VLTs pra que seja divulgado, através de cartazes e do nosso sistema de sonorização. A CBTU está sempre disposta a realizar parcerias dessa importância”.

A campanha visa trazer conscientização também aos homens que utilizam o metrô. O coordenador de Transportes da CBTU, Murilo Barros, acredita na importância da integração dos usuários à temática. “Os homens também têm que fazer parte desse evento. Nós não podemos ser coniventes com esse tipo de violência. Quando temos um evento desse aqui, conseguimos alcançar tanto os nossos funcionários homens, o que é muito importante para replicar as informações, como também os usuários do metrô do sexo masculino. A gente pede que, quando você tem um vizinho ou veja alguma violência, que você também chegue lá e denuncie”, destaca Murilo.

Entre as pessoas que utilizam o metrô, a recepção ao trabalho de conscientização é bastante positiva. A aposentada Arlete Moura acredita que o medo é o principal fator que impede as mulheres vítimas de violência de denunciar as agressões. “Eu acho que é o medo que faz com que as mulheres não denunciem. Elas têm medo tanto por elas quanto pela família, pelos filhos, por eles serem pessoas agressivas. Uma campanha dessa ajuda muito para conscientizar as pessoas. Acredito que só a educação, ensinando as crianças desde pequenas a respeitar, saber que ninguém é dono de ninguém e que as mulheres têm seus direitos. Acho que tem que ensinar na base para não ter tanta violência”, defende.

O empreendedor Jamerson Antoni diz que sempre procura se atualizar sobre o tema e acredita na educação como fator primordial. “Sempre estou vendo notícias na internet, procurando saber das coisas, compartilhando informações. Para mim a educação e o respeito são o caminho para todas as coisas. Educação é uma coisa que você adquire e ninguém tira de você”, ressalta.

Conheça os projetos e serviços da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

 

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Texto: Amanda Machado | Ascom TJPE
Fotos: Assis Lima | Ascom TJPE