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Justiça Restaurativa na escola: Fórum de Moreno promove círculos de construção de paz como metodologia preventiva à violência escolar

Incentivada pela Semana Internacional da Justiça Restaurativa (JR), que acontece durante a terceira semana de novembro, a 1ª Vara Cível da Comarca de Moreno, unidade do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), têm promovido círculos de interação, baseados na filosofia da Justiça Restaurativa, para alunos(as) e suas mães, professores(as) e funcionários(as) da Escola Municipal Noemi Guerra, no município de Moreno.

A iniciativa da equipe interprofissional da 1° Vara Cível de Moreno, tem sido apoiada pelo juiz Fernando Rapette, por reunir uma série de atividades da metodologia da JR, que apontam para ambientes mais seguros e pacificados com menos registros de violência e bullying nas instituições de ensino. As dinâmicas, mediadas pela psicóloga Lilian Oliveira, enfatizaram a importância de expandir a atividade para além dos estudantes, incluindo também seus cuidadores.

Com o tema “Apresentando Círculos para outros Círculos”, a primeira ação, realizada em 21 de outubro, proporcionou uma experiência introdutória da promoção de círculos, para professores(as) e funcionários(as) da escola. Com o auxílio do co-facilitador, o pedagogo e mestre em educação Pedro Rodrigo, a psicóloga apresentou aos membros da instituição uma forma de aplicar aspectos da Justiça Restaurativa no cuidado das crianças e adolescentes. 


A segunda atividade, intitulada “Círculo de Valores”, aconteceu nesta quarta-feira (6/11), das 15h às 16h30, desta vez com os jovens do sétimo e oitavo ano do ensino fundamental. O círculo tem como objetivo ajudar os adolescentes a refletir e desenvolver consciência de seu verdadeiro eu.

De acordo com a facilitadora, esse tipo de reflexão dá ao jovem uma chance de reavaliar suas próprias ações e a forma como interage com os outros. “O círculo de justiça restaurativa com adolescentes é uma oportunidade de refletir sobre valores que são essenciais para que tenhamos comunidades escolares mais seguras e salutares. Trata-se de uma metodologia que, geralmente, atende as necessidades dos alunos que buscam falar sobre relacionamentos e conexões. Podemos dizer que os círculos podem promover curas sociais”, explica Lilian.


No mesmo dia, das 18h às 19h30, foi realizado um círculo voltado para as mães dos(as) alunos(as), com o título “Desejo para os meus filhos”, que utilizou a metodologia circular da JR para abordar assuntos mais sensíveis. O objetivo da atividade foi auxiliar as mães a identificar experiências vividas na infância que elas não gostariam que se replicassem na juventude de seus filhos.

Segundo a psicóloga, para de fato prevenir a violência nas escolas, é necessário expandir a conversa para além dos(as) alunos(as) e provocar a reflexão também naqueles que os cercam. “O círculo com as mães dos estudantes, possibilita que elas se conheçam e deem as mãos para acompanhar, cuidar e proteger seus filhos que são e fazem parte da comunidade escolar.

O enfrentamento à violência escolar começa com o envolvimento de todos, inclusive daqueles que são protagonistas e por isso é fundamental que haja círculos com professores, funcionários, pais, alunos e a rede que compõe essa teia social. Todos se tornam protagonistas na justiça restaurativa”, conclui.


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Texto: Victória Brito | Ascom TJPE
Fotos: cortesia