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Tribunal compartilha história sobre nascimento de um laço afetivo pela perspectiva do padrinho

Larissa abraça Renan pelo pescoço

Segunda, de três matérias, sobre apadrinhamento e adoção realizados pela família Vilaça. Na foto, Renan e Larissa.

Todo final feliz precisa de um pontapé inicial. No caso da adoção dos irmãos Larissa, 9 anos; Ronaldo, 11; e Renata, 14, o primeiro passo foi dado quando o casal Dolores e Renan Vilaça resolveu se inscrever no Programa Pernambuco que Acolhe. Na época, foram apresentados a Larissa, e o encantamento foi imediato. A partir desse primeiro apadrinhamento afetivo, os laços foram se estreitando, e a crescente vontade de ajudar teve como fruto a inclusão de Renata e, posteriormente, Ronaldo, no seio da família Vilaça. O resultado da iniciativa foi a adoção dos três irmãos pela tia de Renan, a servidora pública Ana Luiza. Atualmente as crianças estão em Brasília (DF), cidade onde reside a mãe, cumprindo o período de estágio de convivência até que o processo de adoção seja sentenciado. 

Leia mais: Família Vilaça constrói rede de amor e solidariedade pela adoção

E ninguém melhor para falar sobre a experiência vivida em um apadrinhamento do que quem desempenhou um papel fundamental nessa história. Por isso, deixamos que o próprio Renan Vilaça nos conte um pouco sobre o vínculo afetivo construído com Larissa, e que foi decisivo para o processo da adoção:

“A convivência com Larissa sempre foi sinônimo de diversão e novidades, já que era a primeira vez que Dolores e eu tínhamos que entreter e distrair uma criança. Levamos ela pro cinema, para praia, piscinas naturais, parques, para brincar com outras crianças, para a piscina do nosso prédio. Ela foi a restaurantes, conheceu comidas que nunca tinha experimentado na vida, adorou a maioria, outras odiou. Fez birra em público, nos deu amor em público.

Onde chegava, era a líder das brincadeiras, de forma até excessivamente competitiva. Acreditamos que a convivência na casa de acolhimento criou nela instintos de sobrevivência muito aguçados para uma criança de 7 anos. Tentamos ensinar para ela que não tinha necessidade de ser dessa forma, que desse jeito ela não conseguiria fazer amigos. Ela foi aprendendo, e rápido. Ela é muito inteligente.

Ajudamos nos deveres de casa, na época ela estava aprendendo a ler. Poucos meses depois, recebemos nossa primeira cartinha com Dolores e eu desenhados e nossos nomes escritos embaixo, em um desenho repleto de corações.

Ela exigia todas as noites que lêssemos historinhas para ela dormir. Era mandatório. Ao amanhecer, xixi na cama, fugia do banho e escondia o lençol sujo. Tudo isso para que não atrapalhasse o momento de desenho dela na TV. Criança sendo criança.

Durante o programa, Larissa conheceu diversas pessoas da minha família. Depois de alguns vários meses, tivemos que nos mudar para São Paulo para aproveitar uma oportunidade profissional irrecusável.

Certamente pensamos muito em Larissa e simplesmente cancelar o programa e fazer ela iniciar do zero novamente seria algo que machucaria muito ela e isso não estava em nossos planos em nenhum momento. Optamos por fazer a transição de padrinhos, e minha mãe se dispôs a continuar o programa com ela.

Minha tia Ana e minha mãe são muito próximas, e a convivência de Larissa com minha tia cresceu muito a partir desse momento. A irmã de Larissa, Renata, também passou a ser apadrinhada pela minha mãe após a desistência do padrinho da Renata do programa. Não preciso nem dizer mais o quão Larissa é encantadora e fez minha tia cair de joelho por ela e pelos irmãos.”

Conheça as formas de apadrinhamento AQUI.
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Texto: Amanda Machado | Ascom TJPE
Foto: Cortesia