Uma nova justiça se desenha mais efetiva e afetiva, afirma o juiz Élio Braz Mendes
 

"O juiz de hoje, mesmo aquele que tem longa experiência, está buscando reformulações e fazendo uma revisão dos princípios do Direito, a partir da legislação. O novo Código de Processo Civil traz o princípio da cooperação e o universo processual deixa de ser triangular para ser circular, onde todos podem estar, de forma democrática, construindo o conhecimento. Isso significa uma grande mudança: nós estamos aprendendo e a sociedade também", afirma o juiz estadual e doutor em Direito, Élio Braz Mendes.

Ele está ministrando o curso Métodos Autocompositivos e Justiça Restaurativa na Escola Judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (Ejud-TJPE), nesta quinta-feira (03), para os juízes da capital. Este ano, é o quarto curso oferecido com a temática.

Citando o novo Código de Processo Civil (CPC), Élio Braz defende o compromisso do Judiciário em restaurar as relações sociais, afetivas, emocionais e sentimentais do jurisdicionado, de maneira também pedagógica, para que no futuro a sociedade não espere apenas a tutela do Estado, mas esteja apta a resolver conflitos pelo diálogo.

"A sociedade inteira é merecedora de uma justiça que faça o acolhimento dos conflitos e dos sofrimentos das pessoas. Não se permite mais aquele modelo que apenas o juiz decide. O novo CPC estimula a mediação, conciliação e outras técnicas autocomposição de conflitos. É uma nova Justiça que se desenha efetiva e afetiva. Digo que é uma justiça multiportas que se caracteriza na escuta e acolhimento para que as pessoas possam sair do Judiciário felizes", afirma Élio Braz.

O novo modelo de Justiça já vem sendo trabalhado nos cursos oferecidos aos magistrados. Segundo Fabiano Galvão, diretor do Núcleo de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, a Escola Judicial pretende revisar o conteúdo e dinâmica deste curso para aprimorá-lo, dando-lhe enfoque mais prático visando resultados processuais, e voltar a oferecer, em 2017, noutro formato.
 

Durante o curso, magistrados se unem aos servidores da Escola Judicial, colocam o laço azul e aderem a campanha nacional "Novembro Azul".
 

Durante o curso, os magistrados colocaram o laço azul, distribuído pela Escola Judicial, aderindo à campanha nacional "Novembro Azul", de estímulo ao cuidado da saúde por parte do sexo masculino.

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Texto: Joseane Duarte
Fotos: Gleber Nova