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Docência pra mim é paixão, diz a professora Sabrina Rocha

 


Profa.Dra. Sabrina Rocha faz parte da Escola Judicial há 15 anos
 

Uma aluna que se tornou professora. Foi assim que se posicionou a professora das disciplinas Direito Constitucional e Direito Administrativo, dos cursos de pós-graduação da Escola Judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Sabrina Rocha.

Ex-aluna do Curso de Preparação à Magistratura da Escola Superior da Magistratura de Pernambuco (Esmape), atual Ejud, Sabrina disse que o curso foi o pontapé inicial para o ingresso na docência. "Foi o primeiro momento de formação acadêmica e a partir daí eu comecei a pensar em me tornar professora", assinalou.

Em seguida, Sabrina fez duas especializações: Docência do Ensino Superior pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Formação de Educadores (Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Ela fez mestrado e, recentemente, concluiu o doutorado em Psicologia Cognitiva, ambos pela UFPE. Como oficiala de Justiça do TJPE, é integrante da comissão que organiza o III Fórum Nacional de Oficiais de Justiça.

Sabrina Rocha é uma dessas pessoas que transmite alegria na voz e nos gestos. Ela vem sendo bem avaliada pelos alunos nas pesquisas realizadas, regularmente, pela Escola Judicial e afirma "Eu abdico de qualquer coisa para estar em sala de aula". Num bate-papo informal, Sabrina demonstrou o quanto está envolvida com a profissão.

Ejud-TJP: Qual o maior desafio para a docência no mundo digital?

Profa. Dra. Sabrina Rocha: Eu costumo dizer que o maior desafio hoje é fazer o aluno se apaixonar pela busca do conhecimento. No mundo digital, ou melhor, nas mídias digitais encontramos muita informação efêmera e o aluno pode acreditar que adquiriu conhecimento, mas, na verdade, ele não construiu o conhecimento. Para construí-lo, temos que visitar e revisitar à informação. Eu peço aos meus alunos, por exemplo, que estude o conteúdo antes de chegar à sala de aula. Têm professores com medo desse método porque leva a perguntas e, às vezes, a "pegadinhas". Eu faço questão de estimulá-lo para que ele não chegue vazio e lanço o desafio de construirmos juntos a aprendizagem.

Ejud-TJP: Como você vê a educação nos dias atuais?

Profa. Dra. Sabrina Rocha:  Hoje, o que temos visto são famílias abdicarem de educar e colocarem a responsabilidade para as escolas. Quando se sabe que a primeira formação do cidadão começa em casa, desde o berço. Um bom profissional é um bom cidadão. A falta de foco na unidade familiar é um problema que vamos encarar no futuro. Temos crianças sem limites e sem método de estudo. A educação é uma via de mão dupla. Isso hoje já é outro problema sério para a docência. Quando uma turma é sem nivelamento de idade, o professor percebe claramente a diferença. Ele precisa adotar um padrão de comportamento e nem sempre é aceito pelos alunos mais jovens, por acreditarem que a aprendizagem é rápida e fácil. É preciso ter aprofundamento e continuidade no estudo do conteúdo. Alguns métodos pedagógicos buscam estimular apenas a criatividade na criança, quando estamos numa sociedade formal, que mantém métodos tradicionais e normas. E a pessoa deve se adequar ao que a sociedade exige. Eu costumo sempre dizer que como a vida, o estudo, à docência e a construção do conhecimento fazem parte de uma engrenagem.

Ejud-TJP: Qual o segredo para ser um bom professor (a)?

Profa. Dra. Sabrina Rocha: Eu levo muito a sério a docência e a didática. Um título de mestrado e doutorado não habilita ninguém para estar em sala de aula. Docência pra mim é paixão. O professor não deve buscar status. Ele precisa socializar o conhecimento e ter técnica para isso. Então, a primeira coisa que eu digo para quem quer ser professor é que ame ensinar, tenha domínio do conteúdo e didática para conceder ao outro a possibilidade de aprender. Porque uma coisa é o que eu sei, mas outra é transmitir. Sabemos que tem muitos mestres e doutores com conteúdo interno maravilhoso, mas não têm didática favorável. E isso acontece ou porque a pessoa não consegue descer do seu pedestal e falar a linguagem do aluno, ou quer simplesmente se impor e manter a distância entre aluno e professor. Quanto mais acessível o professor for, mas fácil será a construção do conhecimento.

Ejud-TJP: Qual o recado para o aluno?

Profa. Dra. Sabrina Rocha: Ler, falar o que leu e resumir o que acabou de estudar. A aprendizagem é trabalhosa. Mas, uma vez apreendido, jamais esquecemos. Não estude para fazer prova, mas para aprender. Não estude por um único autor, mas ao menos por três. Sobretudo, na área de Direito que é dinâmica, o aluno deve conhecer o ponto de vista de outros autores. Não guarde dúvidas. Procure saber o porquê das coisas, assim fica mais fácil apreender e contextualizar a aprendizagem.

A Escola Judicial em homenagem ao Dia do Professor publica, nesta sexta-feira (14), a Portaria nº 13, que estabelece novos valores financeiros para o exercício do magistério, tutoria, avaliações pedagógicas e outras ações por magistrados e servidores.

 

 

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Texto: Joseane Duarte
Foto: Gleber Nova