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Curso sobre acessibilidade aos museus se encerra com passeio pelo Recife Antigo

 

 

TJPE termina curso sobre acessibilidade com passeio no Recife Antigo
Passeio reuniu servidores e público externo com deficiências físicas
 

Uma aula diferente. Na tarde deste domingo (07/08), os participantes do curso "Acessibilidade aos Museus: quebrando barreiras e criando estratégias de inclusão" fizeram um passeio pelo Recife Antigo. O objetivo foi fazer os estudantes verificarem a acessibilidade nos espaços culturais e servir como ferramenta de avaliação do curso.

O curso é uma iniciativa do Fórum Permanente de Museus Acessíveis (FOPEMA) e sua realização ficou a cargo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola Judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Segundo Ernani Ribeiro, professor da UFPE e coordenador do Núcleo Setorial de Acessibilidade e Inclusão do Centro Acadêmico de Vitória - vinculado ao Sistema de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade: "O passeio é uma forma do estudante sair do espaço da sala de aula e interagir com o real objetivo do curso, que é promover a acessibilidade nos espaços culturais. "
 

TJPE termina curso sobre acessibilidade com passeio no Recife Antigo
Participantes puderam verificar se os espaços culturais, ruas e avenidas atendem às normas de acessibilidade 
 

Os alunos visitaram o museu Cais do Sertão, a Feira de Artesanato da Rua do Bom Jesus e o Paço do Frevo e puderam participar de uma expressão cultural, seguindo a troça "Teimoso na Folia", do bairro da Mustardinha, dentro da programação do Arrastão do Frevo, promovido pelo Paço, no primeiro domingo de cada mês. Durante todo o evento, os participantes foram assistidos por pessoas cegas ou com perda parcial da visão, pessoas surdas e uma deficiente intelectual, além dos intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Para a deficiente visual Ana Cláudia Alves, que soube do passeio através de uma rede social, "A visita ao Museu Cais do Sertão foi muito rápida, mas interessante porque pude tocar nas peças". Ana Cláudia já havia visitado o Cais, anteriormente, mas tinha se incomodado por não poder tocá-las.

TJPE termina curso sobre acessibilidade com passeio no Recife Antigo
Roberto e Ana Cláudia, ambos deficientes visuais, tiveram um domingo diferente
 

O casal de namorados, Bruno Stepple Pedrosa e Ana Beatriz Ramos, ambos surdos, também acompanhou o Arrastão e, com a ajuda da intérprete de Libras, Deyone Albuquerque, explicou o que os ouvintes às vezes têm dificuldade de entender. "Eu sinto as vibrações, a emoção e o ritmo", disse Ana Beatriz. "Sinto-me alegre, animado. É muita emoção, é forte, é muito bom", completou Bruno. "Hoje o domingo foi maravilhoso para nós dois", avaliou Ana. "Muita informação, com os intérpretes acompanhando. Gostei muito e estou muito feliz com essa inclusão. "

Segundo Gabriela Severien, responsável pelo Educativo do Memorial da Justiça, que tem baixa visão e participou do curso, a iniciativa é importante: "Abre espaço para outros cursos referentes à questão da acessibilidade que poderão ser promovidos pela Escola Judicial com novas parcerias, pois o atendimento a pessoas com deficiência é uma demanda de parte da população que procura o TJPE. "

A sugestão de Gabriela será atendida. A Escola Judicial planeja oferecer o curso novamente em outubro. Serão 50 vagas, entre elas uma parte será destinada ao público externo e 10 para servidores lotados em áreas estratégicas do TJPE, como arquitetura e atendimento direto ao público nas varas.

Segundo o desembargador Eurico de Barros Correia Filho, diretor geral da Escola "Temos interesse em capacitar servidores, formar agentes multiplicadores e prestar o melhor serviço aos jurisdicionados favorecendo sua inclusão, e atendendo também as determinações da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, criada nesta segunda-feira (08/08) pelo presidente Leopoldo Raposo, e publicada hoje (09/08) no Diário de Justiça Eletrônico. "
 

O FOPEMA - é um fórum voltado para a questão da acessibilidade em espaços públicos que trabalham com cultura e memória. O TJPE tem participado do fórum através do Memorial da Justiça e do Núcleo de Sustentabilidade da 2ª Vice-Presidência.

No dia 08 de agosto de 2016, o desembargador Leopoldo Raposo, presidente do TJPE, instituiu pelo Ato n. 808/2016, a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do TJPE, seguindo as determinações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Comissão terá, doravante, por objetivo fiscalizar, planejar, elaborar e acompanhar os projetos arquitetônicos de acessibilidade e projetos pedagógicos de treinamento e capacitação dos profissionais e funcionários que trabalhem com as pessoas com deficiência, com fixação de metas anuais.

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Redação: Escola Judicial / Memorial da Justiça
Fotos: Alesson Freitas | Agência Rodrigo Moreira