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“Os professores são apenas facilitadores do aprendizado”, afirma juiz de São Paulo, José Henrique Torres

 

 


Prof. José Henrique Rodrigues conduziu a aula

 

O conteudista da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e juiz de Direito titular da 1ª Vara do Júri de São Paulo, José Henrique Rodrigues Torres, junto com a pedagoga e mestre em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), Maria Eveline Pinheiro Villar de Queiroz, conduziram a aula no segundo dia do curso de Formação de Formadores (FOFO), que acontece em Recife.

 


Pedagoga Maria Eveline explica a metodologia de ensino

 

O tema central foram as “Diretrizes pedagógicas da Enfam e o processo de ensino orientado para o desenvolvimento de competências”, além do “Planejamento de aula e organização do trabalho pedagógico”. De acordo com José Henrique Rodrigues a proposta da Enfam de trabalhar com metodologias ativas tem como objetivo fazer com que os formadores saiam da posição de centralizadores e donos do conhecimento para produtores.

“Transferimos a referência do aprendizado para os alunos. Os professores são apenas facilitadores do aprendizado. Essa nova proposta faz desenvolver no aluno a autonomia, a criatividade e a criticidade. O método reflete na formação do juiz, porque queremos juízes autônomos, criativos e críticos”, explicou José Henrique Rodrigues.

“Estamos na terra do pedagogo Paulo Freire e não podemos nos distanciar desse grande educador brasileiro que deixou a lição de que a educação é transformadora e libertadora. A Enfam observou ao longo desses últimos anos a necessidade de adequarmos toda essa proposta construtivista, de construção do conhecimento, de metodologias ativas em favor da formação dos juízes”, afirmou José Henrique.
 


Juízes federais e estaduais discutem casos concretos

 

“Precisamos de um novo magistrado. Aquele que tenha um olhar para sociedade, que viva a realidade social, política e econômica do seu país e saiba que suas decisões têm um peso muito grande na vida das pessoas”, completou o juiz.

Um tópico bastante trabalhado em sala foi o planejamento de aula e a organização do trabalho pedagógico. Para José Henrique Rodrigues “É de extrema importância que os juízes planejem as aulas com técnica para dar uma unicidade aos cursos que serão aplicados nas escolas judiciais e de magistratura”, considerou.
 


No último dia curso, os instrutores serão avaliados pelos participantes

 

Para o juiz Hugo Gomes Zaher, coordenador adjunto da Escola Superior da Magistratura da Paraíba (ESMA-PB), “O curso está sendo muito importante para aprender as andragogias - técnicas voltadas para aprendizagem de adultos, especialmente porque deverão ser aplicadas na formação inicial e continuada dos juízes paraibanos”, avaliou.

De acordo com o Prof. Dr. Teodomiro Noronha, juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública de Pernambuco, o curso é inovador. “A capacitação nos mostrou nova didática de abordagem voltada para o magistrado”, afirmou.

Segundo a pedagoga Maria Eveline Pinheiro, o curso foi estruturado em quatro pilares metodológicos ativos: organização do processo de ensino e de aprendizagem, tendo a prática como elemento mediador para a construção de novos conhecimentos e estruturador de novas práticas – o conhecimento resulta de interações entre o sujeito e o objeto; a estruturação do conhecimento pedagógico articulado à atuação do magistrado; a estruturação de módulos distintos que permitem a alternância entre momentos de estudos e períodos de acomodação dos conteúdos abordados; e a preocupação que este conteúdo seja objeto de vivências didáticas propostas pela Enfam.
 


A participação do alunado permite uma troca mais fértil do conhecimento, avaliou o juiz José André Pinto
 

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Pernambuco, José André Machado Barbosa Pinto, avaliou: “O curso é uma forma de nos aprimorarmos e aprendermos uma metodologia de ensino com a participação ativa do alunado. Consequentemente, haverá uma troca mais fácil e mais fértil de conhecimento. Além disso, a participação de instrutoras com formação em pedagogia e com experiências em trabalhar com a magistratura, veio somar muito na nossa aprendizagem”, reforçou.

O FOFO termina hoje (18),  com a autoavaliação e avaliação do curso e dos formadores da Enfam. O evento contou com o apoio da Esmape – Escola Judicial de Pernambuco e está sendo realizado no auditório da sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

 

 

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Texto: Joseane Duarte

Fotos: Gleber Nova