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Começou o curso de vitaliciamento para os juízes substitutos empossados este ano


Juiz Saulo Fabianne enfatizou a abordagem prática do curso

 

O juiz supervisor Saulo Fabianne, representando o diretor geral da Esmape – Escola Judicial de Pernambuco, desembargador Eurico de Barros Correia, abriu na manhã desta segunda (28), o primeiro módulo do curso de vitaliciamento para os juízes substitutos empossados, este ano, pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e que estavam lotados na Central de Agilização Processual do Interior.

São 25 magistrados que estão tendo aula sobre gestão cartorária. De acordo com Saulo Fabianne, o curso visa agregar conhecimentos práticos que não são tratados na literatura. “As questões do dia a dia, nós não conseguimos encontrar respostas nos livros e artigos. Nós temos muitos autores falando sobre as questões difíceis. Mas, a rotina diária que se compõe de pequenas atividades, nós temos que trocar experiências com os colegas de profissão”.
 


Juíza Iasmina Rocha participou o primeiro programa de mentoria para juízes vitaliciandos do TJPE
 

Para ministrar o curso, a Esmape convidou a juíza da 7ª Vara Cível da Capital, Iasmina Rocha, professora de Direito Processual Civil da instituição, coordenadora da Diretoria Cível do 1º Grau e membro do “Projeto Elas Escrevem”, além de contar com a experiência de ter participado do primeiro programa de mentoria para os juízes vitaliciandos do TJPE.

Com a proposta de interatividade entre os participantes, Iasmina Rocha iniciou a aula falando sobre os desafios do magistrado quando chega na sua primeira comarca, de estudar a área e formar a equipe de trabalho. “Primeiro é necessário interagir para identificar as qualidades e características dos servidores para melhor distribuir e otimizar as tarefas, além de poder oferecer uma prestação jurisdicional de qualidade”.

Segundo ela, “É preciso entender qual a face da justiça no Interior, como o juiz quer tratar o jurisdicionado e também ser tratado”. Explicou que o juiz será o gestor dos processos, na grande maioria ainda físicos, e de pessoas. “O Processo Judicial Eletrônico (PJe) veio nos ensinar muito de gestão, porque nós temos a visão completa do processo. Mas, a metodologia de trabalho é a mesma para os processos físicos”.

O maior impacto para o juiz que chega à comarca, segundo Iasmina Rocha, é a distância entre a teoria e a prática. “Alguns juízes passaram anos se dedicando ao concurso. Mas, agora serão o maestro de equipes, com a tarefa de se motivar e também motivar pessoas. Muitas unidades do Interior estão esperando o juiz para alavancar o trabalho”, assinalou.
 


"O processo que está em minhas mãos representa uma vida e eu posso ser agente transformador do problema", disse Iasmina
 

Para motivar equipes, Iasmina Rocha cita o diálogo e o respeito pelo conhecimento adquirido por cada um. “Passamos a maior parte do tempo no trabalho e cultivar um ambiente saudável é essencial. Cada pessoa tem muito a contribuir. Há chefes de secretaria com mais de 20 anos de experiência e não podemos prescindir dessa colaboração. Devemos ter humildade para aprender, mas também iniciativa para inovar”, afirmou.

A professora destacou a importância da empatia - de olhar o jurisdicionado não como um processo, mas como uma vida. “Aquela pessoa que está buscando o auxílio do juiz não está ali porque quer. Mas porque tem um problema e quer solução. Quando nós temos um problema, queremos atenção e escuta. Todos os dias, saio de casa com este pensamento: o processo que está em minhas mãos representa uma vida e eu posso ser o agente transformador do problema”, disse Iasmina Rocha.

O curso de vitaliciamento acontecerá até 30 de novembro e depois nos dias 05, 06 e 07 de dezembro. Estão previstas aulas sobre direito de família e juizados cíveis.

 

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Redação: Joseane Duarte

Fotos: Joseane Duarte/ Cláudia Franco