Últimas Notícias

2ª Vara da Infância e Juventude da Capital promove diálogo sobre novas possibilidades de adoção

O juiz Theodomiro Noronha Cardozo, a psicóloga Silvana Nicodemos e a assistente social Eleni Munguba foram os debatedores do evento, que teve a participação de interessados em adotar
 
Em comemoração ao Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio, a 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital realizou nesta quarta-feira (27/5) uma roda de diálogo sobre as novas possibilidades no campo da adoção. O juiz Theodomiro Noronha Cardozo, a psicóloga Silvana Nicodemos e a assistente social Eleni Munguba foram os debatedores. A roda de diálogo aconteceu no auditório da Vara Regional da Infância e Juventude, no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (Cica), e contou com a participação de pessoas interessadas em adotar.
 
O encontro abordou as novas possibilidades de adoção, como de crianças maiores de oito anos e grupos de irmãos que, geralmente, não são a preferência dos adotantes. Também foi debatida a questão das formas singulares de adoção que vêm acontecendo em Pernambuco. "Estamos trabalhando com a possibilidade de famílias poliafetivas. É quando a adoção é realizada por mais de duas pessoas, sem, necessariamente, que elas possuam vínculos afetivos. Podem ser amigos, vizinhos, tios ou avós. A adoção segue as mudanças culturais e isto tem sido uma prática que a gente vem desenvolvendo no Núcleo de Adoção, a partir das demandas", disse.
 
O juiz Theodomiro Noronha Cardozo, da 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital, explicou que a convivência familiar não é limitada aos pais e filhos, mas se estende a todos os que possuem relações de afeto com a criança. "Estamos na pós-modernidade e os valores da sociedade são mutáveis. Por isso, precisamos encontrar novas formas de adoção, que estejam correlacionadas com estas mudanças. A parentalidade funciona em rede e a filiação não mimetiza a biologia."
 
De acordo com a assistente social Eleni Munguba, o perfil das pessoas que procuravam adotar crianças era muito restrito. "Os adotantes queriam crianças de até seis meses de idade, que possuíssem semelhanças físicas com eles e que fossem, preferencialmente, meninas. Contudo, nos dias de hoje, este discurso mudou bastante e as famílias começaram a adotar crianças maiores, sem fazer tanta distinção por sexo e com menos diferenciação em relação à cor", relata.
 
O participante Ivson Melo, que já é pai adotivo, disse que esta ação do Judiciário Estadual é bastante positiva. "A visão dos adotantes é bem fechada, inicialmente, pelos medos e incertezas que eles têm. À medida que a gente vai ganhando conhecimento, até digo por experiência própria, a nossa mente se abre. Encontros como este são muito importantes, pois facilitam estas mudanças."
 
...........................................................................
Texto: Ruan Samarone | Ascom TJPE
Foto: Rafael Bento | Agência Rodrigo Moreira