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Na estação Central do Metrô do Recife, os transeuntes receberam material informativo
Apresentação de cordel, distribuição de panfletos, e palestras sobre as formas de combate à violência contra a mulher marcaram uma mobilização desenvolvida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), por meio da Coordenadoria da Mulher no Estado, em estações do Metrô no Recife e Região Metropolitana, nesta quarta-feira (11/3). As ações, que fazem parte do Projeto Dialogando sobre a Lei Maria da Penha, aconteceram na Central do Metrô do Recife; em Cajueiro Seco, no bairro de Jaboatão dos Guararapes; e no Cabo de Santo Agostinho. A inciativa integra as atividades desenvolvidas, até o dia 13 deste mês, pelo Judiciário estadual pernambucano durante a 16ª Semana da Justiça pela Paz em Casa, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com os tribunais de todo o país.
Na estação Central do Metrô no Recife, um grupo de 19 crianças, do Instituto Alcance, fez um jogral com a Lei Maria da Penha por meio da apresentação do Cordel Tião Simpatia. A coordenadora pedagógica do curso de Defensores do Direito à Cidadania do Instituto Maria da Penha, Oneide Pontes, explica como é desenvolvido o trabalho das crianças, que são chamadas de defensores mirins.
“Elas são agentes multiplicadores das informações contidas na Lei Maria da Penha. As crianças se apresentam em escolas e espaços públicos em geral, empresas e nos locais em que haja grande aglomeração de pessoas para difundir as diversas formas de identificar situações de agressão física ou psicológica e agir nos casos de violência doméstica. O importante também é que elas conseguem conscientizar a família quando constatam algum tipo de situação abusiva e são agentes de transformação”, disse.
Sislayne Lorema, 11 anos, que integra a ação do Instituto Alcance, falou da experiência em fazer parte do trabalho. “Nós representamos a voz do futuro, crescemos conscientes, e hoje conseguimos conscientizar os adultos sobre a valorização da mulher, a igualdade de direitos entre os gêneros e em como é importante denunciar qualquer tipo de violência doméstica”, disse. A estudante faz parte da iniciativa desde 2016 e atesta que o retorno do público é muito gratificante. “Vejo que as pessoas aceitam muito bem o nosso trabalho e nos recebem com muito respeito”, afirmou.
A técnica de enfermagem, Raíssa Raiane, falou da ação desenvolvida pelo TJPE, destacando a divulgação dos canais de comunicação para denunciar a violência doméstica. “Acho muito relevante esse tipo de ação, em um espaço onde circula um número tão expressivo de pessoas, porque às vezes a mulher fica com receio de denunciar, com medo de sofrer mais violência, e quando ela sabe que tem um canal de comunicação em que pode fazer uma denúncia anônima, por exemplo, é um grande incentivo para que denuncie. O importante é que elas não se calem e denunciem o agressor”, reforçou.
Em Jaboatão, a ação aconteceu também com a entrega de material informativo sobre a Legislação
Para o comerciante Carlos Chacom, que trabalha na estação do Metrô do Recife, ações como esta reforçam o combate à violência doméstica e acabam conscientizando a população sobre a situação de violência vivenciada por um grande número de mulheres atualmente. “O homem tem que ter a consciência de que a mulher tem que ser respeitada, de que ela precisa buscar a sua realização profissional, de que ela é um ser independente. Quanto mais ações desse tipo forem realizadas mais conseguiremos mudar a realidade atual”, observou.
A coordenadora da Mulher no Estado, desembargadora Daisy Andrade, falou da necessidade de dialogar sobre a Lei Maria da Penha em espaços públicos. “Debater sobre essa legislação nesses espaços é o meio mais eficaz de se conquistar um resultado efetivo no enfrentamento à violência doméstica, porque atinge um número expressivo de pessoas”, considerou. A assistente social da Coordenadoria da Mulher no Estado, Valéria Santos, reforçou que o objetivo da atividade desenvolvida pelo TJPE é informar a sociedade que a violência contra a mulher é crime e deve ser combatida de todas as formas.
“A violência contra mulher não é natural e os cidadãos precisam conhecer os diversos órgãos e serviços de apoio e proteção à mulher ameaçada pela violência doméstica. A nossa proposta é fazer com que a mulher se sinta protegida e saiba que não está só para enfrentar essa realidade. É preciso dar um basta nessa situação de violência que vivemos”, pontuou.
As atividades também foram desenvolvidas na Estação do Cabo de Santo Agostinho
Além das atividades desenvolvidas no metrô, o TJPE também dá prioridade processual aos casos que envolvem crimes contra as mulheres e desenvolve junto às Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do estado eventos voltados à prevenção e ao combate à violência doméstica. Entre as ações promovidas, estão atividades de cunho pedagógico para debater a Lei Maria da Penha, realização de rodas de diálogos sobre a violência contra a mulher e promoção de seminários sobre o atendimento das mulheres vítimas de violência doméstica no Judiciário e no Sistema Único de Saúde (SUS).
Confira a programação completa da semana:
TJPE realiza ações na 16ª Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa
Saiba mais sobre os serviços de proteção à mulher
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Texto: Ivone Veloso | Ascom TJPE
Foto 1: Assis LIma | Ascom TJPE
Foto 2: Cortesia
Foto3: Cortesia